terça-feira, julho 02, 2019

Diário de um Peladeiro – Parte XI – De volta ao local da tragédia

28 de abril de 2019

Pois é, parei alguns dias. 23 dias mais precisamente. Fiz fisioterapia e voltei hoje. 
Como a UFJF programou um evento para o horário, tivemos que encontrar outro campo para realizar nossa sagrada pelada. 
Havia uma vaga no Rio Branco Soccer, antigo Cruzeiro. Mesclei a pelada nossa com o time que já jogava lá. Uma estratégia que acabou valendo muito a pena.
Voltei 6 kg mais gordo e disposto a não correr muito. Morrendo de medo de machucar e ter que parar mais 20 dias.
Mas foi um tanto quanto dramático reencontrar o lugar onde 17 anos atrás, quando fazíamos o saudoso Clube da Bola, time também conhecido como “Os Valorosos”, que tive a contusão mais séria da minha vida. E não precisou ninguém me atingir, fiz a cagada sozinho. Eu estava dando uma arrancada “romariana” quando escutei um barulho de algo se quebrando na minha coluna. Um “clerk”. Veio uma dor esquisita. Só vim saber o resultado real daquilo quatro anos depois, quando a Petrobras me deu um plano de saúde decente e pude fazer ressonância magnética. Foi uma protusão, um início de uma hérnia na sexta vértebra lombar. Depois daquilo, meu - já não tão maravilhoso - futebol nunca mais foi o mesmo. Fiquei com medo de fazer arrancadas e movimentos bruscos, com gingados. Me tornei um jogador de cintura dura, literalmente.
Depois daquilo eu parei de jogar futebol por 13 anos... Só voltei em 2015.
O regresso ao antigo Cruzeiro foi bom. A coluna não doeu, o púbis também não, o pé com tendinite também não. 
O pessoal da pelada era mais organizado e corria menos do que o grupo que estou acostumado. Chutei novamente 8 vezes ao gol. Obriguei o goleiro a fazer boas defesas, inclusive em chutes de longe. Deu apenas um passe para gol.
Deu raiva, muita raiva do gol mais claro que perdi. Porque comecei uma bela jogada do meio de campo. Fizemos uma troca de passes que terminou numa bola açucarada para mim na entrada da área, à esquerda do gol adversário. A bola merecia ser chutada de primeira e foi o que eu fiz. Mas aí apareceu em cena o Mustela Plutórius Furo e furei uma bola impossível. Acho que o “chute” mandou a bola pela lateral. Lamentável, mas acontece. 
Final, ainda deu para ficar no gol e fazer duas boas defesas para tirar onda.
Foi uma partida bem melhor do que eu esperava. Praticamente não errei passes e acho que teria feito pelo menos um gol se me arriscasse mais nos movimentos bruscos.
No final ainda tomei cerveja com a galera para matar o calor.
Saldo de 2019:
11 jogos
6 gols
Curiosidade: 
Já estamos em maio e só fiz 6 gols em 11 jogos. Em 2001 quando criei o Clube da Bola, no jogo de estreia, bem antes da coluna quebrar, eu fiz exatamente 6 gols. Num jogo só. Apesar do que dizem uns amigos, o tempo também passa para mim.


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