domingo, outubro 22, 2023

"Simplificando com Marcos Machado: Uma Noite de Stand-Up Promete Agitar o Bairro do Brás, em São Paulo"

Marcos Machado, um comediante de destaque na cena do Stand-Up, tem conquistado o público com seu humor perspicaz e crítico. O jovem de São João de Meriti, aos 29 anos, já acumula 9 anos de experiência e aborda temas que vão desde a infância até questões mais sérias, como religião e desigualdade. Além de sua carreira como comediante, Marcos é também um ator com uma década de atuação em peças populares, incluindo "Sítio do Pica-pau Amarelo" e outros sucessos.

Com um histórico impressionante, Marcos Machado foi finalista em 6 competições de comédia, tendo vencido em 4 delas. Em fevereiro de 2022, ele estreou seu espetáculo solo "Simplificando", que tem sido um sucesso em todo o país. Em aproximadamente um ano, mais de 10 mil pessoas já riram com suas piadas no teatro, e nas redes sociais, seu alcance já atingiu milhões de pessoas.

 O talento de Marcos Machado não passou despercebido por celebridades, com Pedro Cardoso, Tatá Werneck, Ferrugem, Buchecha e Dira Paes elogiando seu trabalho. Pedro Cardoso o chamou de "genial", enquanto Tatá Werneck se declarou sua fã, e Ferrugem afirmou que "passa mal" com suas apresentações.

 Recentemente, Marcos Machado foi convidado pelo projeto "Incluir Direito UFMG" para apresentar um Stand-Up aberto ao público em um evento dedicado à consciência negra. O humorista, conhecido por seu sucesso entre o público jovem, aborda temas sensíveis como racismo, religião e desigualdade em suas apresentações. Ele compartilha experiências pessoais de forma engraçada, abordando questões complexas de maneira ácida e mordaz.

 

E o melhor está por vir! Marcos Machado se apresentará ao vivo em São Paulo no dia 27 de outubro, às 20h, no Point do Jamanta, no Bairro do Bras. Uma oportunidade imperdível para rir e refletir com um dos comediantes mais talentosos do país. Não perca essa chance de vivenciar o humor transformador de Marcos Machado em sua própria cidade!

 

Marcos Machado continua a cativar o público com seu humor inteligente e sua abordagem corajosa de questões sociais e preconceitos. Seu sucesso nos palcos e nas redes sociais é uma prova de que o humor pode ser uma ferramenta poderosa para questionar e desafiar normas sociais, levando as pessoas a refletir sobre o mundo ao seu redor.

 

 

Entrevista:

Como foi a sua infância e como ela te influenciou na comédia?

Minha infância, foi difícil, criança preta de comicidade e financeiramente falando não tínhamos nada, mas também não deixei de ser criança, fiz tudo o que uma criança da minha época tinha pra fazer, sonhadora, sonho de ser jogador de Futebol, mas não tive boas oportunidades, a comedia veio atreves do curso de teatro, foi onde eu conheci o humor, e numa apresentação eu fiz um monologo de comédia, o Stand Up, o vídeo da Matemática hoje é um marco na minha carreira por que de fato tenho dificuldades e resolvi falar sobre nos meus shows onde muita gente se identificou e gerou todo esse transtorno positivo na minha carreira.

 

Você explodiu nas redes sociais com o vídeo sobre matemática, mas isto foi resultado também de um processo. Fale um pouco da sua trajetória?

A internet é isso né, ela te dá toda ferramenta pra você se dar bem e mal ao mesmo tempo, a gente que escolhe o que queremos falar, mas temos as consequências e sim ela ajuda muito no processo de criatividade, me ajudou muito também.

 

Como você recebe este reconhecimento do público?

O reconhecimento do público na primeira vez que subi ao palco, foi uma coisa linda que me ganhou, amor à primeira vista, desde então não parei, os temas que abordo são de fatos temas que vivi na minha vida e a comedia me ajudou a poder falar sobre de forma cômica.

 

Como você começou sua carreira na comédia Stand-Up e o que o inspirou a abordar temas leves e críticos em suas apresentações?

O nome do meu show já fala por si só, eu poderia simplesmente desabafar no palco, mas eu preciso fazer todos rirem, então eu pego os temas e tento deixá-lo o mais leve e simples para que o público entenda o que quero passar e ao mesmo tempo rir da situação, é um público que se identifica comigo, que já viveu de tudo um pouco do que eu falo no show onde gera risadas de identificação.

 

Você aborda questões como racismo e desigualdade em seu Stand-Up. Como você equilibra o humor com a sensibilidade desses tópicos, e qual é a reação do público?

Tudo aconteceu muito rápido com o vídeo da Matemática, muita gente chegando e eu de início não sabia como lidar com tudo até mesmo pessoas querendo contratar o show, mas com estudos e amigos me ajudando fui administrando e entendendo o que estava acontecendo, meu público gosta da minha simplicidade e procuro não perder isso nos conteúdos que crio para eles.

 

Você tem uma presença significativa nas redes sociais, com milhares de seguidores. Como as plataformas online impactaram sua carreira e como você mantém seu conteúdo relevante para seu público?

O teatro me ajudou muito no sentido de encarar o público, sou muito tímido, tinha dificuldades para falar em público e isso eu consegui encarar com as técnicas que aprendi no teatro, e a comedia me deu mais liberdade de criações de personagens para as apresentações teatrais.

 

Sabemos que você tem uma apresentação marcada em São Paulo no Point do Jamanta. O que o público pode esperar dessa apresentação e quais são seus planos futuros na comédia Stand-Up?

Dia 27/10 sexta feira, vai ser um show lindo, com tudo que já passei na comedia SP é um palco onde muitos comediantes querem pisar, o público é cativante, receptivo, vai ser um lindo show. E para o futuro quero poder ter estrutura para rodar com esse show pelo Brasil inteiro e quem sabe uma turnê fora do Brasil.

 

terça-feira, outubro 17, 2023

A Cuca vai pegar!

 Novo romance de Clinton Davisson mergulha no lado sombrio das lendas folclóricas do Brasil


Resenha de Jorge Luiz Calife

 

            Nascido em Volta Redonda, Clinton Davisson é um autor muito versátil. Seu primeiro livro “Fáfia e a Copa do Mundo de 2022” imaginava o futuro do futebol em 1999. No ano de 2007 ele produziu a sua obra mais ambiciosa até então, a space opera “Hegemonia – O herdeiro de Basten”, no cenário de um universo fechado, dentro de uma esfera de Dyson. Paralelamente o autor exerceu uma intensa atividade acadêmica, se tornando mestre em Comunicação pela UFJF e se pós-graduando em cultura africana e indígena pela FeMass de Macaé. Seu novo livro “Baluartes – Terra Sombria” é um resultado dessa experiencia. Trocando o mundo da ficção espacial pela fantasia de terror ele nos leva a acompanhar as aventuras de três jovens, caçadores de fantasmas, que desembarcam no Brasil colonial no distante ano de 1780.

Nossos heróis são o português Luís Monteiro, o príncipe africano Akim Shinedu do reino do Daomé

e a índia Jaciara, única sobrevivente da tribo dos Oitacás. Eles são os baluartes, jovens com poderes especiais convocados pela igreja católica para livrar o mundo das assombrações. E sua primeira missão, num vilarejo de Minas Gerais, é enfrentar ninguém menos do que a Cuca. Aquela bruxa mistura de mulher e jacaré que todos aqueles que já tiveram infância conhecem dos episódios do Sítio do Pica Pau Amarelo. Na verdade, ficamos sabendo que esta criatura tem uma origem europeia, como muitos fantasmas brasileiros, e lá no velho continente é chamada de Coca.

A Cuca é malvada e tem muitos poderes. Uma vez, lá no Sítio, ela bebeu uma poção mágica e se transformou na loira Angélica. Seu objetivo era seduzir o inocente Pedrinho, mas o feitiço não deu certo e ela acabou ficando com o Luciano. No romance do Clinton a Cuca do século dezoito é ainda mais perversa e consegue sequestrar todas as crianças do vilarejo de Ibitipoca. Conseguindo a ajuda dos curupiras, aqueles guardiões da floresta da mitologia indígena. Nosso trio de heróis tenta salvar as crianças e acaba caindo em uma armadilha mortífera. Sim, como diz a música, “A Cuca te pega, e pega daqui e pega de lá.

Essa primeira parte do livro é cheia de detalhes sobre os costumes e a vida no Brasil colônia. Na segunda parte voltamos alguns meses no tempo e estamos na universidade de Pavia, onde o grupo começa a se formar, alguns meses antes de viajar para o Brasil. Viajando para Gênova os nossos heróis salvam a vida do músico Amadeus Mozart e da escritora inglesa Mary Wollstonecraft, que no futuro se tornará mãe da criadora do Frankenstein. Esses encontros com personagens históricos, como Tiradentes e Napoleão Bonaparte são outro detalhe pitoresco do livro. O grupo vai parar no sinistro castelo de Montaldeo, onde enfrenta um fantasma assassino.

Um dos personagens mais interessantes é a Jaciara, que tem o poder de ver o futuro. Em certo momento ela fala de “um olho que tudo vê” o que me fez lembrar daquele clássico do filme B, “O Homem dos olhos de raios X” com o Ray Milland.

O resultado é uma narrativa que se lê com prazer e quando termina ficamos querendo mais. Quem sabe um confronto com a Mula Sem Cabeça ou o Saci Pererê. Mas é só esperar. Afinal as aventuras dos Baluartes estão apenas começando.

 

Jorge Luiz Calife é jornalista e autor pertencente à vertente ficção científica “hard”, ou seja, com maior rigor científico, detalhamento e pesquisa. Foi Calife quem sugeriu a Arthur C. Clarke uma sequência para 2001: Uma Odisseia no Espaço, inclusive fora creditado por Clarke em 2010: Uma Odisseia no Espaço 2. Trabalhou também como tradutor de obras importantes da ficção científica no Brasil como Duna de Frank Herbert e Eu, robô de Isaac Asimov.