tag:blogger.com,1999:blog-346476632024-03-19T01:43:17.467-07:00O EntimemaBlog do escritor, músico, chargista e jornalista Clinton DavissonClinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.comBlogger160125tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-9722561931755892972023-12-28T06:47:00.000-08:002023-12-28T06:47:06.951-08:00Ciência x Religião – fuja dos mortos da extrema direita, tema os vivos da extrema esquerda.<p> </p><p class="MsoNormal">Existem similaridades irônicas entre o meio acadêmico e
alguns princípios religiosos. Os evangélicos costumam usam a expressão “do
mundo”, tipo, eu sou músico e já toquei música “do mundo” e agora só toco
coisas da igreja.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No meio acadêmico também existe isso, só que, nas igrejas gostam
de pensar que tem grandes respostas, além da salvação para a humanidade e devem
compartilhar isso com o maior número de pessoas possível, incluindo muita
cantoria nos ouvidos dos vizinhos, pregações na rua e por aí vai. <o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbMX0J0mpk_5R6TEaDXZPadE1LPBv6_1C8tpa4XmxYJZNICOY9jAbRDpBWuPy5pmNi7Ztk_gHSrXBgqj9TAU9zMUTjilhkbUqZRWG-Wr97kfTfo2bigDuYMnuGkn6XlYiJvTv8avU7rv5wbFNeGep9N5QB_dcQThSKMyEl1zDyLzEfAQVUGA/s988/Captura%20de%20tela%202023-12-28%20114621.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="554" data-original-width="988" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbMX0J0mpk_5R6TEaDXZPadE1LPBv6_1C8tpa4XmxYJZNICOY9jAbRDpBWuPy5pmNi7Ztk_gHSrXBgqj9TAU9zMUTjilhkbUqZRWG-Wr97kfTfo2bigDuYMnuGkn6XlYiJvTv8avU7rv5wbFNeGep9N5QB_dcQThSKMyEl1zDyLzEfAQVUGA/s320/Captura%20de%20tela%202023-12-28%20114621.jpg" width="320" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal">Na academia é o contrário, os eventos são para poucos, as
respostas sempre questionadas, a divulgação é mínima e a interação e retenção
de conhecimento só são rompidas em troca de muito dinheiro. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os EUA encontraram uma solução bizarra e cômoda: mantém uma
população com um nível educacional baixo e ainda difundem culturalmente que
educação demais é exagerado, não é de bom tom. Aí, dão bolsas especiais para os
gênios de diversos países para que levem suas pesquisas para a terra do Tio
Sam. Assim, mantém uma população com um nível cultural que o governo considera
mais dócil.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No Brasil é um pouco diferente. Quem se propõe a ser
acadêmico tem alguns mimos e ainda tem a possibilidade de flertar com o grande
pote de ouro da nossa sociedade há 300 anos que é os benefícios dos concursos
públicos. Mas é importante frisar que uma coisa não é exatamente igual a outra.
Quem realmente pode passar no concurso público são os concurseiros, um grupo
oriundo da classe média alta que pode dedicar de dois a cinco anos de suas
vidas para passar em um concurso e continuar fazendo parte da classe média
alta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A sociedade criou uma dependência dos avanços acadêmicos de forma
mais efetiva do que um viciado depende de drogas fortes como a cocaína, o crack
ou o Rivotril. E a academia ganha suas migalhas da indústria para produzir mais
inovações como computadores mais rápidos, celulares melhores, drones, carros
elétricos, etc. Mas eu confesso que preferia que essa relação fosse mais
parecida com a das igrejas. Queria ver gente pobre lotando auditórios e pagando
dízimo por aulas de biologia, física, ainda que aplicadas ao dia a dia. Já que
falam tanto em matérias que sejam mais práticas nas rotinas diárias, que tal
filosofia com ênfase na ética? Nada mais útil e transformador para a rotina do
brasileiro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Enfim, parafraseamos Carl Sagan que alertava 40 anos atrás
que vivemos numa sociedade que é absolutamente dependente de tecnologia onde
90% das pessoas não entende nada de tecnologia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nunca um astronauta vai bater na sua porta perguntando se
quer conhecer a palavra de Sir Isaac Newton, mas é bom avisar que já é de
conhecimento público que os carros elétricos já vêm com aviso de que, quando
apresentam defeitos, são jogados fora por falta de mecânicos que entendam aquela
tecnologia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Do outro lado as igrejas fazem parte dessa intrincada
conspiração silenciosa, tentando transformar Darwin em uma espécie de demônio e
apelidaram a ética de “ideologia”, um novo palavrão o qual não sabem explicar.
Nem cogitam que a religião seja uma ideologia. Nos últimos anos flertaram
abertamente e promiscuamente com o fascismo se negando a aceitar que o que
faziam era fascismo, “apenas somos contra essas ideologias”, afirmam até hoje.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Tudo isso se torna tão lamentável quanto desnecessário.
Igreja, fé, religião não são elementos naturalmente antagônicos à ciência. Ao
contrário, é comum que criações tecnológicas recentes sejam usadas rapidamente
por religiosos e arrisco dizer: por que não usar esses elementos para combater
o estresse, aumentar a interação presencial, a socialização, ou mesmo uma fuga
da realidade necessária. Pois como diria a autora americana Shirley Jackson, “Nenhum
organismo vivo pode existir muito tempo com sanidade sob condições de realidade
absoluta; até cotovias e gafanhotos, supõem alguns, sonham. ”</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O fato é que o meio acadêmico gosta do isolamento, rejeita
os divulgadores científicos porque compactua com a exclusão. E assim caminhamos
para uma distopia de um apocalipse zumbi como a série The Walking Dead, onde
temos que fugir de zumbis que estão mortos, sem capacidade cognitiva, mas ao
mesmo tempo temer os vivos, ávidos por neutralizar ou cancelar quem se atreve a
expor questionamentos que fujam aos dogmas preestabelecidos. Enquanto isso, a
grama está sempre cortada, as casas estão limpas, a gasolina, a comida e a munição
nunca acabam, estamos sempre com roupas boas, os cabelos cortados, a barba
aparada. E assim a vida segue, sem saber em qual notícia podemos confiar, mas
sem perder a pose porque o Instagram tem que estar sempre com um conteúdo
atrativo, não necessariamente verdadeiro. <o:p></o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-58967510991356857832023-10-22T16:01:00.002-07:002023-10-22T16:41:55.598-07:00"Simplificando com Marcos Machado: Uma Noite de Stand-Up Promete Agitar o Bairro do Brás, em São Paulo"<p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"></span></p><p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9oCYRcByqR3GiuvU48mIzCRGo-G8svDSSAk22H3QiVWViFCFTqd5UpH6Ubx7m6CSo8_dfIJX56J_199-05Nu62DxJ70YDIVwngIeUEaP8tyT8gKewvJtk1pHNZEuTGmLgiOodiIAWsbOZhVg0_Be1S7fuRYxTBgKfQ4WXb2_4gWMFz1CsMA/s1280/WhatsApp%20Image%202023-10-22%20at%2019.45.17.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="854" data-original-width="1280" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9oCYRcByqR3GiuvU48mIzCRGo-G8svDSSAk22H3QiVWViFCFTqd5UpH6Ubx7m6CSo8_dfIJX56J_199-05Nu62DxJ70YDIVwngIeUEaP8tyT8gKewvJtk1pHNZEuTGmLgiOodiIAWsbOZhVg0_Be1S7fuRYxTBgKfQ4WXb2_4gWMFz1CsMA/s320/WhatsApp%20Image%202023-10-22%20at%2019.45.17.jpeg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="text-align: justify;">Marcos Machado, um comediante de
destaque na cena do Stand-Up, tem conquistado o público com seu humor perspicaz
e crítico. O jovem de São João de Meriti, aos 29 anos, já acumula 9 anos de
experiência e aborda temas que vão desde a infância até questões mais sérias,
como religião e desigualdade. Além de sua carreira como comediante, Marcos é
também um ator com uma década de atuação em peças populares, incluindo
"Sítio do Pica-pau Amarelo" e outros sucessos.</span></span></div><p></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: left;"></p></blockquote><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com um histórico impressionante,
Marcos Machado foi finalista em 6 competições de comédia, tendo vencido em 4
delas. Em fevereiro de 2022, ele estreou seu espetáculo solo
"Simplificando", que tem sido um sucesso em todo o país. Em
aproximadamente um ano, mais de 10 mil pessoas já riram com suas piadas no
teatro, e nas redes sociais, seu alcance já atingiu milhões de pessoas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p>O talento de Marcos Machado não
passou despercebido por celebridades, com Pedro Cardoso, Tatá Werneck,
Ferrugem, Buchecha e Dira Paes elogiando seu trabalho. Pedro Cardoso o chamou
de "genial", enquanto Tatá Werneck se declarou sua fã, e Ferrugem afirmou
que "passa mal" com suas apresentações.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p>Recentemente, Marcos Machado foi
convidado pelo projeto "Incluir Direito UFMG" para apresentar um Stand-Up
aberto ao público em um evento dedicado à consciência negra. O humorista,
conhecido por seu sucesso entre o público jovem, aborda temas sensíveis como
racismo, religião e desigualdade em suas apresentações. Ele compartilha
experiências pessoais de forma engraçada, abordando questões complexas de
maneira ácida e mordaz.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDliByoFOThulZhdLZUaBkxBxU8BlN0RkGkaD0pz1DkG_4fQXqcbphazRuxLuQqkYM9oFWC4AIHA9X23QtUwK0W5OdLGE-2CNotKU8T1DvVDfaSd00iIR1mDBr7fDm7sQKDUAqQ9g-0QAoscD6i2cRQaSFP9naBeK9jfCkXePGg2AOLQcShw/s1280/WhatsApp%20Image%202023-10-22%20at%2019.45.33.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="854" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDliByoFOThulZhdLZUaBkxBxU8BlN0RkGkaD0pz1DkG_4fQXqcbphazRuxLuQqkYM9oFWC4AIHA9X23QtUwK0W5OdLGE-2CNotKU8T1DvVDfaSd00iIR1mDBr7fDm7sQKDUAqQ9g-0QAoscD6i2cRQaSFP9naBeK9jfCkXePGg2AOLQcShw/s320/WhatsApp%20Image%202023-10-22%20at%2019.45.33.jpeg" width="214" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E o melhor está por vir! Marcos
Machado se apresentará ao vivo em São Paulo no dia 27 de outubro, às 20h, no
Point do Jamanta, no Bairro do Bras. Uma oportunidade imperdível para rir e
refletir com um dos comediantes mais talentosos do país. Não perca essa chance
de vivenciar o humor transformador de Marcos Machado em sua própria cidade!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> <br /></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Marcos Machado continua a cativar
o público com seu humor inteligente e sua abordagem corajosa de questões
sociais e preconceitos. Seu sucesso nos palcos e nas redes sociais é uma prova
de que o humor pode ser uma ferramenta poderosa para questionar e desafiar
normas sociais, levando as pessoas a refletir sobre o mundo ao seu redor.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzKwRsFLLYdaK9g4vgW6KmpJQLF893rTEb3gYLmc94vrI_oXovq_8-uaxp_pl2aJKWDfmhBSIYYXNs' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Entrevista:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Como foi a sua infância e como
ela te influenciou na comédia? <o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Minha infância, foi difícil,
criança preta de comicidade e financeiramente falando não tínhamos nada, mas
também não deixei de ser criança, fiz tudo o que uma criança da minha época
tinha pra fazer, sonhadora, sonho de ser jogador de Futebol, mas não tive boas
oportunidades, a comedia veio atreves do curso de teatro, foi onde eu conheci o
humor, e numa apresentação eu fiz um monologo de comédia, o Stand Up, o vídeo
da Matemática hoje é um marco na minha carreira por que de fato tenho
dificuldades e resolvi falar sobre nos meus shows onde muita gente se
identificou e gerou todo esse transtorno positivo na minha carreira.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Você explodiu nas redes
sociais com o vídeo sobre matemática, mas isto foi resultado também de um
processo. Fale um pouco da sua trajetória?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A internet é isso né, ela te dá
toda ferramenta pra você se dar bem e mal ao mesmo tempo, a gente que escolhe o
que queremos falar, mas temos as consequências e sim ela ajuda muito no
processo de criatividade, me ajudou muito também.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Como você recebe este
reconhecimento do público? <o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O reconhecimento do público na
primeira vez que subi ao palco, foi uma coisa linda que me ganhou, amor à
primeira vista, desde então não parei, os temas que abordo são de fatos temas
que vivi na minha vida e a comedia me ajudou a poder falar sobre de forma
cômica.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Como você começou sua carreira
na comédia Stand-Up e o que o inspirou a abordar temas leves e críticos em suas
apresentações?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O nome do meu show já fala por si
só, eu poderia simplesmente desabafar no palco, mas eu preciso fazer todos
rirem, então eu pego os temas e tento deixá-lo o mais leve e simples para que o
público entenda o que quero passar e ao mesmo tempo rir da situação, é um público
que se identifica comigo, que já viveu de tudo um pouco do que eu falo no show
onde gera risadas de identificação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Você aborda questões como
racismo e desigualdade em seu Stand-Up. Como você equilibra o humor com a
sensibilidade desses tópicos, e qual é a reação do público?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tudo aconteceu muito rápido com o
vídeo da Matemática, muita gente chegando e eu de início não sabia como lidar
com tudo até mesmo pessoas querendo contratar o show, mas com estudos e amigos
me ajudando fui administrando e entendendo o que estava acontecendo, meu público
gosta da minha simplicidade e procuro não perder isso nos conteúdos que crio para
eles.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Você tem uma presença
significativa nas redes sociais, com milhares de seguidores. Como as
plataformas online impactaram sua carreira e como você mantém seu conteúdo
relevante para seu público?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O teatro me ajudou muito no
sentido de encarar o público, sou muito tímido, tinha dificuldades para falar
em público e isso eu consegui encarar com as técnicas que aprendi no teatro, e
a comedia me deu mais liberdade de criações de personagens para as apresentações
teatrais.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Sabemos que você tem uma
apresentação marcada em São Paulo no Point do Jamanta. O que o público pode
esperar dessa apresentação e quais são seus planos futuros na comédia Stand-Up?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Dia 27/10 sexta feira, vai ser um
show lindo, com tudo que já passei na comedia SP é um palco onde muitos
comediantes querem pisar, o público é cativante, receptivo, vai ser um lindo
show. E para o futuro quero poder ter estrutura para rodar com esse show pelo
Brasil inteiro e quem sabe uma turnê fora do Brasil.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-60484151091164032142023-10-17T05:13:00.006-07:002023-10-17T05:21:11.619-07:00 A Cuca vai pegar! <p> Novo romance de Clinton Davisson mergulha no lado sombrio das lendas folclóricas do Brasil</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqrVt06Qj4k8jv2k7RHHQUICDnUH88u-LMCs1Bsq9houZRZB7jGl_xwizd97eAUFlkc7HMfTuTJwUuG32ze_MV3WI9UfBMXrht8nfY0K33Pnnjs4vPA1ppRPpxQIVNrhJiCch1vOiBQFWLiOv8lD5pqQRRoCz4wbfKhTs7genS4Rbyrz34Aw/s1200/baluartescapa.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="830" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqrVt06Qj4k8jv2k7RHHQUICDnUH88u-LMCs1Bsq9houZRZB7jGl_xwizd97eAUFlkc7HMfTuTJwUuG32ze_MV3WI9UfBMXrht8nfY0K33Pnnjs4vPA1ppRPpxQIVNrhJiCch1vOiBQFWLiOv8lD5pqQRRoCz4wbfKhTs7genS4Rbyrz34Aw/s320/baluartescapa.jpeg" width="221" /></a></div><br /><p></p><p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Resenha de Jorge Luiz Calife<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nascido em
Volta Redonda, Clinton Davisson é um autor muito versátil. Seu primeiro livro
“Fáfia e a Copa do Mundo de 2022” imaginava o futuro do futebol em 1999. No ano
de 2007 ele produziu a sua obra mais ambiciosa até então, <i>a space opera</i>
“Hegemonia – O herdeiro de Basten”, no cenário de um universo fechado, dentro
de uma esfera de Dyson. Paralelamente o autor exerceu uma intensa atividade
acadêmica, se tornando mestre em Comunicação pela UFJF e se pós-graduando em
cultura africana e indígena pela FeMass de Macaé. Seu novo livro “Baluartes –
Terra Sombria” é um resultado dessa experiencia. Trocando o mundo da ficção
espacial pela fantasia de terror ele nos leva a acompanhar as aventuras de três
jovens, caçadores de fantasmas, que desembarcam no Brasil colonial no distante
ano de 1780.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Nossos heróis são o português Luís Monteiro, o príncipe
africano Akim Shinedu do reino do Daomé<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">e a índia Jaciara, única sobrevivente da tribo dos Oitacás.
Eles são os baluartes, jovens com poderes especiais convocados pela igreja
católica para livrar o mundo das assombrações. E sua primeira missão, num
vilarejo de Minas Gerais, é enfrentar ninguém menos do que a Cuca. Aquela bruxa
mistura de mulher e jacaré que todos aqueles que já tiveram infância conhecem
dos episódios do Sítio do Pica Pau Amarelo. Na verdade, ficamos sabendo que
esta criatura tem uma origem europeia, como muitos fantasmas brasileiros, e lá
no velho continente é chamada de Coca.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">A Cuca é malvada e tem muitos poderes. Uma vez, lá no Sítio,
ela bebeu uma poção mágica e se transformou na loira Angélica. Seu objetivo era
seduzir o inocente Pedrinho, mas o feitiço não deu certo e ela acabou ficando
com o Luciano. No romance do Clinton a Cuca do século dezoito é ainda mais
perversa e consegue sequestrar todas as crianças do vilarejo de Ibitipoca.
Conseguindo a ajuda dos curupiras, aqueles guardiões da floresta da mitologia
indígena. Nosso trio de heróis tenta salvar as crianças e acaba caindo em uma
armadilha mortífera. Sim, como diz a música, “A Cuca te pega, e pega daqui e
pega de lá.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Essa primeira parte do livro é cheia de detalhes sobre os
costumes e a vida no Brasil colônia. Na segunda parte voltamos alguns meses no
tempo e estamos na universidade de Pavia, onde o grupo começa a se formar,
alguns meses antes de viajar para o Brasil. Viajando para Gênova os nossos
heróis salvam a vida do músico Amadeus Mozart e da escritora inglesa Mary
Wollstonecraft, que no futuro se tornará mãe da criadora do Frankenstein. Esses
encontros com personagens históricos, como Tiradentes e Napoleão Bonaparte são
outro detalhe pitoresco do livro. O grupo vai parar no sinistro castelo de
Montaldeo, onde enfrenta um fantasma assassino.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Um dos personagens mais interessantes é a Jaciara, que tem o
poder de ver o futuro. Em certo momento ela fala de “um olho que tudo vê” o que
me fez lembrar daquele clássico do filme B, “O Homem dos olhos de raios X” com
o Ray Milland.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">O resultado é uma narrativa que se lê com prazer e quando
termina ficamos querendo mais. Quem sabe um confronto com a Mula Sem Cabeça ou
o Saci Pererê. Mas é só esperar. Afinal as aventuras dos Baluartes estão apenas
começando.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Jorge Luiz Calife é jornalista e autor pertencente à vertente
ficção científica “hard”, ou seja, com maior rigor científico, detalhamento e
pesquisa. Foi Calife quem sugeriu a Arthur C. Clarke uma sequência para 2001:
Uma Odisseia no Espaço, inclusive fora creditado por Clarke em 2010: Uma
Odisseia no Espaço 2. Trabalhou também como tradutor de obras importantes da
ficção científica no Brasil como Duna de Frank Herbert e Eu, robô de Isaac
Asimov. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p> </o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-1674595392881794702023-08-28T06:02:00.002-07:002023-08-28T06:02:11.402-07:00Precisamos aprender a conviver com a depressão se quisermos vencê-la<p></p><div style="text-align: justify;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: left;">Esta semana parei para pensar sobre a minha companheira a Senhora Depressão. Pois, apesar de estar vivendo um momento único em termos de produtividade no trabalho, na vida pessoal e na vida artística. Tem coisas que mantém a depressão por perto. A vida não é o nosso Instagram.</span></div><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Às vezes, os recursos que usamos para nos proteger e sobreviver nos momentos mais difíceis, são equivalentes a adrenalina que nos impede de sentir a plenitude da dor enquanto estamos “quentes”. Quando tudo esfria, sua respiração volta ao normal, você percebe que passou por assédios morais que vão te traumatizar para sempre porque você não reagiu na hora parte para manter o emprego, parte porque não sabia se defender como hoje, parte... bom, parte para não perder a condição de Réu Primário.</span><p></p><p><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, Segoe UI, Roboto, Helvetica Neue, Fira Sans, Ubuntu, Oxygen, Oxygen Sans, Cantarell, Droid Sans, Apple Color Emoji, Segoe UI Emoji, Segoe UI Emoji, Segoe UI Symbol, Lucida Grande, Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwTrq4aJKhBgNeudCy1PCRkGLC28Uj7uTj6Tv6EG-0dHl1Uk5WARu_ddrZRb7TxvFWxKQ6ovQqEOpDwUymn3KP0ashZKwnPFmHdeBrnZwK2nU_WyQ6mU1uun6GEIRghMdcD-4L5XHUcAfAfCXe_8c2n-gi-AjffshM58gubdD9LegF1NarA/s627/Captura%20de%20tela%202023-08-28%20095740.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="627" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwTrq4aJKhBgNeudCy1PCRkGLC28Uj7uTj6Tv6EG-0dHl1Uk5WARu_ddrZRb7TxvFWxKQ6ovQqEOpDwUymn3KP0ashZKwnPFmHdeBrnZwK2nU_WyQ6mU1uun6GEIRghMdcD-4L5XHUcAfAfCXe_8c2n-gi-AjffshM58gubdD9LegF1NarA/s320/Captura%20de%20tela%202023-08-28%20095740.png" width="320" /></a></div><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Quando tudo esfria, você percebe que foi real que a casa de seus filhos pegou fogo, que não inventou que sua amiga caiu da moto para debaixo de um carro e morreu destroçada. Que ouviu coisas que achou melhor relevar porque ouviu de alguém que você ama.</span><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Um dia você acorda com cicatrizes abertas e entende que vai demorar um tempo para pararem de doer. É neste momento que se torna imprescindível entender que a recuperação é um processo que pode ser lento, mas, convenhamos, desistir não acelera.</span><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A jornada de superação da depressão é uma estrada repleta de desafios, mas aprender a conviver com essa condição é um passo crucial para conquistar uma vida saudável e significativa. A depressão não é apenas uma batalha a ser vencida, mas também um território a ser explorado e compreendido. Ao abraçar essa perspectiva, é possível desenvolver estratégias eficazes para lidar com os altos e baixos emocionais, promovendo uma sensação duradoura de bem-estar mental.</span><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Educar-se sobre a depressão é empoderador. Quanto mais você entende os sintomas, as causas subjacentes e as opções de tratamento, mais capacitado estará para tomar decisões informadas sobre sua saúde mental. Isso também pode ajudar a normalizar sua experiência, ao perceber que você não está sozinho e que muitas outras pessoas enfrentam desafios semelhantes.</span><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><br style="background-color: white; box-sizing: inherit; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: inherit !important;" /><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.9); font-family: -apple-system, system-ui, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, "Helvetica Neue", "Fira Sans", Ubuntu, Oxygen, "Oxygen Sans", Cantarell, "Droid Sans", "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Lucida Grande", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Aprender a conviver com a depressão envolve aceitação, autocompaixão e educação. É fundamental aceitar que a depressão é parte da sua experiência, mas não define quem você é como pessoa. Ao invés de lutar contra esses sentimentos, aceite-os como uma parte temporária e tratável da sua vida. Isso permite que você se liberte do estigma associado à depressão e se concentre em explorar maneiras construtivas de lidar com ela.<br /></span><p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-71109561433691700522023-06-20T10:41:00.001-07:002023-06-20T10:41:10.555-07:00 Resenha de Baluartes: Terra Sombria<p><span style="font-family: Calibri, sans-serif; text-align: justify;">Por </span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt;">Lawrence Gonçalves</span></p><p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Riqueza de informações nos primeiros capítulos. Aparentemente
desconexas, demandam seguimento para começar a entender porque são informados
tantos detalhes. </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">As descrições de comportamentos humanos em imagens são
convincentes, como se dá ao ilustrar gestos comuns, mas ligeiramente
específicos. Por exemplo, o contorno de um cumprimento de Jaciara (longa
reverência simpática).</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheCsvnz_rsf0XvgnWRX-f8DFGz2d1iK_SZ0dI2fAghOdlSsK0yW4VRirTXbB8gNl84BpBAxvpOMPcJr-nWu_ljSxPPcVH-koSA5PT2R1Iiy-5HhuJjtrjTeWuX2Ky5BqaxQzqTQFf9VyVivgLtdLhz9Pw8UiALgbXhVESOf4WaVuBvpIV4Ag/s800/baluartes_3013_1_17ca836dce13b69abc1a45fc47a76391.webp" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheCsvnz_rsf0XvgnWRX-f8DFGz2d1iK_SZ0dI2fAghOdlSsK0yW4VRirTXbB8gNl84BpBAxvpOMPcJr-nWu_ljSxPPcVH-koSA5PT2R1Iiy-5HhuJjtrjTeWuX2Ky5BqaxQzqTQFf9VyVivgLtdLhz9Pw8UiALgbXhVESOf4WaVuBvpIV4Ag/s320/baluartes_3013_1_17ca836dce13b69abc1a45fc47a76391.webp" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Calibri, sans-serif;">Entre os baluartes, clássico conflito de crenças recebe tratamento
conciliador em diálogo dentro de uma igreja. Um tanto quanto generosa a
providência do autor para explanar a dissolução dessas contradições humanas.
Mas, por fim, convence rapidamente, ao equalizar tal simplicidade com saberes
pouco triviais que se põem ao conhecimento do leitor. Aliás, outra característica
que se observa ao longo da construção é a disposição para o azeitamento das
diferenças, num esforço para viabilizar a coesão do grupo de personagens.</span><p></p><p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">‘Lembranças’, um dos primeiros capítulos, tem função de
revelações. Interessante e cuidadoso, o excerto anuncia sentidos importantes
para atiçar o interesse em seguir adiante. Este capítulo tem característica
acentuada que também se encontra nos demais, - arremata-se em si<span class="xcontentpasted0"> </span>mesmo, o que parece ser aspecto contínuo na
construção do livro: cada capítulo assemelha-se a um episódio de novela
televisiva. Em ‘Lembranças’, há espaço para reminiscências de mais velhos que,
como eu, assistiu Sítio do Pica-Pau amarelo e conheceu muito bem a Cuca (Coca,
de agora em diante). Ou achava que conhecia. Insinuava-se suficiente, até
então, a imaginação de Monteiro Lobato.</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Diante
de ‘A volta dos que não foram’, supõe-se que será enaltecido o teor sombrio da
história. No entanto, trata-se de um recurso mnemônico do autor a par de suas
vocações temáticas. De fato, o curto capítulo traz boas novas, enquanto ao
final outro integrante do folclore nacional integra o enredo de forma
assustadora. O ponto alto do sombrio, no entanto, parece concentrar-se no
último quadro da trama, em típico cenário de castelo mal-assombrado. De
qualquer forma, com perfis menos triviais, Coca, Sacis e Curupiras já preparam
o leitor para a atmosfera lúgubre da história, o que imprime à Baluartes sua
classificação indicativa básica.</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Personagens
do folclore nacional recebem projeção sombria e respeitosa no correr da
história. Talvez essa reverência associe-se à projeção de Clinton Davisson
atualmente. Retomado o olhar para o Brasil, a reconhecida vocação para a
valorização das riquezas nacionais personifica a condução do país em 2023.
Neste caso, alcançam-se raízes folclóricas e talentos modernos, como o autor,
que adiciona ao lúdico e fantástico um aspecto de rigor acadêmico na descrição
de fatos e boatos ao longo do enredo.</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Com
o mesmo rigor se estende a abordagem de personagens históricos, estrangeiros ou
nacionais. Para não demorar-se muito, basta dizer o quanto é inusitado
encontrar Mozart em meio a flechas mágicas, índios canibais e reinados
africanos. Adicione-se, sem prenúncio das surpresas que a leitura traz, o
trabalhoso<i> tour</i> por épocas históricas contíguas e dimensões paralelas.</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Embora
os capítulos apresentem uma boa cadência e conclusões provisórias, a obra
sustenta pontas soltas. Baluartes tem densidade para seguir. Hoje um desafio
maior, visto a limitada prontidão para <i>bullet points</i>, o acompanhamento
dos personagens, seus assuntos a serem resolvidos e os propósitos de sua
irmandade esotérica promete reavivar uma disposição para expectativas. De fato,
apenas assim seria saciado o desejo criado neste primeiro volume. Lugar já
menos comum, a leitura de Baluartes põe-nos como que diante da TV, esperando os
próximos capítulos da novela. Parabéns, Clinton Davisson!</span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="xmsonormal"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif;">Att,
Lawrence</span><o:p></o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-10541774375598187302023-03-13T08:52:00.002-07:002023-03-13T08:52:56.363-07:00 Apesar de cansativo, Tudo em todo lugar ao mesmo Tempo explica o mundo polarizado em que vivemos e propõe soluções<p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: medium;">Sobre o fato de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo ter levado a estatueta de melhor filme, eu posso dizer que se trata de um filme sobre a guerra entre as três gerações: os Baby boomers nascidos dos anos 40 aos 60, a Geração X, nascida dos anos 60 ao final dos 70, e os mileniais do final dos anos 80 para cá. Talvez isso explique o sucesso da produção dos “Daniels”. </span></span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Classificado naquela lista de filmes “ame ou odeie”, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, não conseguiu nem meu amor e nem meu ódio. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Como pai de mileniais, acho muito útil. Como comédia, dei ótimas risadas. Como fã da série Ricky & Morty, sei que já vi coisa muito mais inteligente e engraçada sobre o mesmo assunto. Mas como fã de boas atuações, aí fiquei feliz, porque o diferencial do filme é que temos bons atores que dão peso e credibilidade à trama. Ke Huy Quan dá um show mudando constantemente de personalidade, de tímido, para confiante e até para um galã, tudo isso num picar de olhos, sem que a gente duvide disso. Não vemos Ke Huy Quan, atuando, vemos várias pessoas dentro de um corpo. Isso bastaria para pagar o ingresso.</div></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"></div></div></blockquote><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"> Já Jamie Lee Curtis está hilária, em uma hora ela é literalmente um monstro, na outra vira interesse amoroso de outro universo. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWuH1i_UPBvqUACqC-LY5T9aFnl3GBsf8dWwUt2H1yT2a0UM0mtPk_oJPHB8h-bUxec9KKQe32BxjXZE64xTt8hRPxYqE-MzAwH9RMPzVoRQHyInwZVskMFzgXj4aHDxE9vgQNXBT_zR23KFxYbU7y9oyEKxKrq7dNmU6ueEAo6LPZVQ/s1280/Everything-Everywhere-All-at-Once-2.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivWuH1i_UPBvqUACqC-LY5T9aFnl3GBsf8dWwUt2H1yT2a0UM0mtPk_oJPHB8h-bUxec9KKQe32BxjXZE64xTt8hRPxYqE-MzAwH9RMPzVoRQHyInwZVskMFzgXj4aHDxE9vgQNXBT_zR23KFxYbU7y9oyEKxKrq7dNmU6ueEAo6LPZVQ/s320/Everything-Everywhere-All-at-Once-2.webp" width="320" /></a></div>As homenagens a Matrix, Ratatouille e, claro, a Ricky & Morty não são nada sutis. E o filme fica se explicando a cada 15 minutos para não correr o risco de não ser entendido pela galera que está acostumada a ir ao Youtube para entender o final de filmes... da Marvel... </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas é como serviço de utilidade pública que o filme se justifica, mostrando o conflito de três gerações. Trata-se de algo que é totalmente antenado com que acontece nesta realidade polarizada em que vivemos. Afinal, Michelle Yeoh é uma mãe de meia idade que tem que lidar com o marido sem sal, o pai que a considera um fracasso e a filha que é uma milenial que se sente incompreendida (pleonasmo, todo milenial se sente incompreendido e acha o esforço para compreender alguma coisa algo extremamente doloroso). Ela tem que fazer a ponte entre a geração do pai, que representa os conceitos e preconceitos preguiçosos do século XX, que não consegue entender nem de perto coisas óbvias (do tipo racismo e homofobia são coisas erradas), e a filha com toda a intolerância que os nascidos no século XXI tem com a geração anterior (para os mileniais, o mundo começou neste século e tudo que existia antes era errado e indigno de esforço para ser entendido, com isso, eles justificam um sentimento de eterno e contínuo cancelamento). <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKVKJ3niO_dKGI0f7ANFyHQYBXQPL5VE4YZn7zWXzPGEWmNRIyZzcHzBGSqt533fN9uOLy3E-pdVMU4R37-wDhYbni5YGgg1_mAMZFvvX3gkt2DA051-5ZTCMt-ChQwiStI-KleF_L5KjfVydgpyCHkffm3w6Mff6AAaE59d_jqDi-gQQ/s1200/everythingeverywhere05.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKVKJ3niO_dKGI0f7ANFyHQYBXQPL5VE4YZn7zWXzPGEWmNRIyZzcHzBGSqt533fN9uOLy3E-pdVMU4R37-wDhYbni5YGgg1_mAMZFvvX3gkt2DA051-5ZTCMt-ChQwiStI-KleF_L5KjfVydgpyCHkffm3w6Mff6AAaE59d_jqDi-gQQ/s320/everythingeverywhere05.jpg" width="320" /></a></div></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Michelle Yeoh representa a azarada geração X, que nasceu entre os anos 60 e 70, que consegue entender (não exatamente concordar, apenas entender de leve) tanto a geração anterior, quanto a posterior e, por isso, é odiada por ambos. Afinal, não vai cancelar os velhos como querem os jovens e nem cancelar os jovens como querem os velhos.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Neste ponto, sim, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo tem muito a dizer, tem muito a ser entendido. Não se deixe intimidar pela trama aparentemente complicada pois, como eu já disse, o filme para e se explica a cada 15 minutos. É basicamente uma mãe recrutada por pessoas que têm acesso a um multiverso para impedir que um ser poderoso e rancoroso destrua todos os universos. Esse ser maligno, é claro, é uma versão de sua filha, ou seja, uma milenial que quer acabar com tudo porque acha que isso é mais fácil do que tentar entender o mundo, entender a mãe, entender o avô. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Do outro lado está uma versão do avô que acha que precisa matar a milenial porque, afinal, não tem capacidade para entende-la. Retrato mais fiel do mundo de hoje não há. Por isso levou o Oscar. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Enfim, se você tem filhos que nasceram da década de 90 para cá, principalmente se nasceram neste século, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo é obrigatório, mesmo que você ache chato. É um manual de instruções sobre como lidar com mileniais. E acredite, nunca houve uma geração mais complicada de se lidar. Seja um bom pai, seja uma boa mãe e assista, uma, duas, três, quantas vezes for necessário. Não quer dizer que seja um filme bom, não quer dizer que seja ruim. Você não precisa gostar, eu mesmo acho que não gostei. Mas é um filme necessário.</div></div>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-78118778721579534542022-07-31T14:14:00.005-07:002022-07-31T14:14:40.100-07:00O recorde do Fliperama e aquele rapaz idiota que apareceu (e sempre aparece)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWGl7CKIMRXwoMhNTwMjI0eOoFr42rojBj88kgruZFHStkOplcvlwJn-wjw_092VTpPDWpyzTuyqHeSjnhGVHN5umnslOzuxytg6CzeqnSy8prxcqIHp0NbovD6L-9Pq7tJB_ztKZ_5spmtWVZm9yIzqtqbGhIb8LiN_VnDk00axWS2k/s941/bqgzrzlrkbn61.webp" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="941" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoWGl7CKIMRXwoMhNTwMjI0eOoFr42rojBj88kgruZFHStkOplcvlwJn-wjw_092VTpPDWpyzTuyqHeSjnhGVHN5umnslOzuxytg6CzeqnSy8prxcqIHp0NbovD6L-9Pq7tJB_ztKZ_5spmtWVZm9yIzqtqbGhIb8LiN_VnDk00axWS2k/s320/bqgzrzlrkbn61.webp" width="272" /></a></div>Estava jogando fliperama. Era a primeira metade da década de
80 e fliperamas não ficavam em shoppings, até porque Shoppings não existiam no
Brasil fora das capitais e eu estava numa cidade pequena, do interior de Minas
Gerais.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu devia ser tão novo que minha mãe estava comigo no bendito
Fliperama. Sabe o que é engraçado? Eu não tenho certeza se estava jogando
Donkey Kong ou Pac Man. Só sei que naquele dia minha mãe comprou muitas fichas,
porque era mais barato naquela cidade pequena. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E aí, de tanto jogar, finalmente, pela primeira vez na vida,
deixei meu recorde naquela tela de maiores pontuadores. O problema é que não vi
isso. Terminei de jogar e dei as costas para a máquina. E falei para minha mãe
que já deu. Que queria ir embora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">— Olha lá, Tato! – apontou minha mãe. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu já estava na porta do Fliperama quando ela me mostrou que
eu tinha colocado um recorde na máquina. Voltei correndo e fui lá tentar
descobrir como escrevia meu nome ou minhas iniciais naquela tela enquanto minha
mãe comemorava. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Assim que terminei, apareceu um cara surgindo de nada. Faz
tanto tempo, mas tanto tempo, que não lembro que idade ele tinha, não lembro se
era negro, branco, alto, baixo, magro ou gordo, e quando tento imaginar o rosto
dele, lembro no mendigo do filme Cidade dos Sonhos. Com certeza era apenas um
garoto, provavelmente bem-vestido, nada a ver com aquele mendigo medonho do
filme que vi mais de 20 anos depois no cinema. Mas é assim que minha memória gravou.
Talvez porque ele tinha a voz grossa. Não era a de um garoto, mas eu tinha o
que? 10? 14 anos? Mas isso não importa, o que importa é o que ele disse:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">— Você gosta de colocar seu nome nos recordes, né? – Havia um
sarcasmo tão palpável na voz dele, que eu poderia sentir aquilo me abrando, podia
sentir o cheio azedo do sarcasmo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aí, o cara foi falar com o rapaz que vendia as fichas. Falou
com todos que estavam jogando. Só faltou subir na mesa e gritar:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">— Ele tá colocando o nome dele no jogo! Não pode!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu já estava saindo, minha mãe já estava saindo. Não sei se
ela ouviu, mas fomos embora e deixamos o homem reclamando. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu entendi na mesma hora, com entendo até hoje. Ele chegou e
não me viu jogando. Chegou depois. Ou estava jogando outra coisa. Tudo o que
ele viu foi eu vir da ponta do fliperama e colocar meu nome ali no recorde, como
se tivesse trapaceado. Para ele, eu estava enganando todo mundo, inclusive a
minha mãe. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aquilo me deixou chateado. Tanto que voltei outros dias lá e
joguei até encontrar o cara e fazer novamente o recorde na frente dele, para
ele ver que eu não estava mentindo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">— Agora você fez o recorde – disse o mendigo monstro da
Cidade dos Sonhos. – Sem jamais admitir que aquele recorde naquele dia era meu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eu penso nisso porque aquele foi só o início de uma série de
situações em que pessoas desconfiaram, duvidaram e até afirmaram que eu não
tinha capacidade, que eu não merecia alguma coisa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com o tempo, eu vi que não era só comigo. Que todo mundo já
passou por uma situação parecida em que um desavisado resolve que você é
ladrão, trapaceiro, corrupto, desonesto, fraco, incompetente, tudo isso baseado
em uma observação rasa. Todo mundo já foi julgado dessa forma. E acho que é por
isso que eu não lembro o rosto do rapaz. Porque aquilo se tornou para mim uma
soma de várias pessoas, um Frankenstein de rostos colados ou sobrepostos. Para
quem não sabe, o mendigo monstro de Cidade dos Sonhos é a própria protagonista,
ou melhor, a atriz Naomi Watts, coberta de maquiagem de mendigo. Assim como ele
representa as minhas dúvidas, meus receios, minhas inseguranças, tanto quanto
representa todas as pessoas idiotas que me julgaram de uma forma errada e
continuam julgando, julgando e julgando. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas assim é a vida. Um movimento constante de ter que provar
o seu valor para o mundo, provar que merece estar nele. Provar para pessoas que
talvez nem seja más, burras, ou idiotas, elas são apenas um reflexo dos
horrores que habitam dentro de nós.<o:p></o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-54606957583530202332021-09-24T10:37:00.001-07:002021-09-24T10:37:17.103-07:00E eles foram embora<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6fXdssdO-EKKN1POvsa36wSTsA3Fo-A2JeF3L2Np1d2YkHjhX13YY6LYziO7bC39Gaq56o-cjsf1NGKuiprXdDgy98U_8vsyD_b2uj3VVUNUX-IcLVEhXTQiZKIsivUkxQ-I/s1080/194360954_10226177469488969_7235959730710918449_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6fXdssdO-EKKN1POvsa36wSTsA3Fo-A2JeF3L2Np1d2YkHjhX13YY6LYziO7bC39Gaq56o-cjsf1NGKuiprXdDgy98U_8vsyD_b2uj3VVUNUX-IcLVEhXTQiZKIsivUkxQ-I/s320/194360954_10226177469488969_7235959730710918449_n.jpg" width="320" /></a></div><br />Depois de dois meses, a festa acabou. Os meninos voltaram a
morar com a mãe que já está recuperada, graças aos deuses. Durante dois meses
eu pude ser pai deles em tempo integral de novo depois de 7 anos. É bem
diferente de ver apenas nos finais de semana. É diferente quando você é o responsável
por alimentar eles todo dia. Quando você pode ensinar valores como a importância
de eles lavarem a louça e passarem um pano no chão todo dia sem precisar pedir.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É diferente quando você propositalmente os enche de comida porque
estão em fase de crescimento e você não consegue falar não quando pedem mais um
bife, mais dois sanduíches, mais um prato de macarronada. Você faz o possível
para deixá-los felizes porque passaram por um incêndio e quase perderam a mãe. Você
gasta tudo que tem para que eles esqueçam o trauma. Compra sorvete, compra
açaí, compra churros, leva para praia, leva para passear de carro para que não
lembrem do incêndio. Compra roupas novas porque perderam muita coisa. Mas eles
não reclamam, apenas agradecem. Pedem permissão para poder pegar o chocolate
que você comprou para eles, mesmo depois de você dizer que comprou para eles.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O medo pelo excesso de Coca-Cola e aí você compra
garrafinhas d’água bonitinhas para incentivar a tomar mais água e fica feliz
porque gasta um galão de água mineral por semana, já que Rio das Ostras em
geral não tem água encanada, mesmo depois de 20 anos, então você tem sempre que
comprar água mineral.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não tem mais conversas sobre o universo, a vida, política,
sobre meninas e como eles vão fazer quando se apaixonarem por alguém. A
paciência de ensiná-los a dirigir. Enxugar as lágrimas deles quando estão
preocupados com a mãe. Ensinar que não pode gritar com a mãe. Ensinar que,
quando acontecer algo errado, que falem comigo. Não precisam resolver sozinhos
agora, que vai chegar um dia em que eles terão que resolver tudo sozinhos, mas
não agora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Agora a casa está silenciosa. Eu parto para outro desafio
que pode me ajudar a ser um pai melhor para eles. A chance de estar ainda mais
presente. Mas para isso, vou ter que me afastar um pouco. E por mais que tenha
a confiança na competência da mãe em cuidar deles, sei que a função dela não é
ser pai. Eu tenho que fazer a minha parte, custe o que custar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Agora a casa está silenciosa, mas não completamente. Eu ouço
um choro infantil, bem baixinho em alguns momentos. Dá para imaginar uma
criança que machucou o joelho e tá fazendo beicinho. Dá para imaginar uma
criança que teve arrancado tudo o que era importante. Aí, percebo que o choro é
meu. Porque nunca na vida me senti tão sozinho.<o:p></o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-9994143786678977252021-08-29T21:10:00.001-07:002021-08-29T21:10:34.475-07:00Reflexões da insônia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU9WqCLNNPwHJEz6X1ktK3WM7TOmKtjadJvUlVduFPHhCMgRuumi1yrvG8J25PV6TKHwI7blfHeVPIfulry9INq_hiKTmYWohUQnIFLPfKnw_mHCjQxE3i0J_B6GDFlczzN8/s1080/loira-do-banheiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU9WqCLNNPwHJEz6X1ktK3WM7TOmKtjadJvUlVduFPHhCMgRuumi1yrvG8J25PV6TKHwI7blfHeVPIfulry9INq_hiKTmYWohUQnIFLPfKnw_mHCjQxE3i0J_B6GDFlczzN8/s320/loira-do-banheiro.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal">Quando eu era criança, eu tinha medo de fantasmas. Passei o
ensino fundamental todo praticamente sem entrar no banheiro da escola com medo
da loura do banheiro. Até em casa eu obrigava meu irmão mais novo a ir ao
banheiro comigo com medo de alguma coisa terrível que poderia aparecer. Ia ao
banheiro de porta aberta, mas com medo dela se fechar de repente e aquela coisa
me pegar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Hoje na vida adulta eu tenho saudade daqueles fantasmas. Sinto
falta deles. Porque ao menos com a presença de um adulto, o fantasma não
aparecia. E eles não me atormentavam o dia inteiro, só quando eu ia ao
banheiro. Quando adultos os nossos medos são piores e os pesadelos acontecem
quando estamos acordados. E as inseguranças nunca, nunca vão embora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os medos são diferentes e muito mais assustadores. Medo de
não ser bom o suficiente. Medo de não conseguir proteger as pessoas que amamos.
Medo de decepcionar as pessoas que amamos. Mas o maior medo é de decepcionar
aquela criança que nós fomos algum dia e muitos anos atrás tinha medo de fantasmas,
mas acreditava que teria no futuro, uma vida feliz, que seria uma boa pessoa e
que mudaria o mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Reflexões da insônia - Rio das Ostras, 30/08/021<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Clinton Davisson é jornalista, professor e mestre em Comunicação. Autor de quatro romances, entre eles o sucesso Hegemonia - O Herdeiro de Basten.</p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-63117894478129899822021-03-24T13:27:00.000-07:002021-03-24T13:27:13.977-07:00O Franco Atirador (The Deer Hunter), 1978<div class="meta-body-item meta-body-info" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.5; margin: 0.375rem 0px;"><br /></div><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7p83jzIOmtG1HhLDPbRrfh8jIOKSDRWVhdoT7pTN5fysdxSYoLbNeOLnFliAGdTqoxBO_qOga6_8iG2iS-_pep5ys1_oqZ5UDqN0Xs4t1Z2jV8fmJvtvGAICOU-TudtgBGNQ/s735/MV5BNWUxZDg5NGMtMDQxNi00MjcwLTljY2EtYjhmZGI3MjVjMzQ2XkEyXkFqcGdeQXVyMjE5MzM3MjA%2540._V1_SX1738_CR001738999_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="735" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7p83jzIOmtG1HhLDPbRrfh8jIOKSDRWVhdoT7pTN5fysdxSYoLbNeOLnFliAGdTqoxBO_qOga6_8iG2iS-_pep5ys1_oqZ5UDqN0Xs4t1Z2jV8fmJvtvGAICOU-TudtgBGNQ/s320/MV5BNWUxZDg5NGMtMDQxNi00MjcwLTljY2EtYjhmZGI3MjVjMzQ2XkEyXkFqcGdeQXVyMjE5MzM3MjA%2540._V1_SX1738_CR001738999_AL_.jpg" width="320" /></a></div>25 de dezembro de 1979 / 3h 03min / Drama, Guerra<p></p><p>Direção: Michael Cimino</p><p>Elenco: Robert De Niro, Christopher Walken, Meryl Streep e Jo<br />hn Cazales. </p><p>Título original The Deer Hunter</p><p><br /></p><p>Um grupo de amigos de uma cidade pequena fazem uma festa de casamento
cheia de tensões emocionais, mas com muita alegria e inocência. Dos quatro
rapazes presentes, três estão para partir para a Guerra do Vietnã sem ter a
menor noção do inferno que os aguarda. Quando voltam todos estão de alguma
forma marcados para sempre no corpo e na alma pelo conflito, mesmo quem não foi,
não sairá ileso.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Talvez tenham sido as quase três horas de meia de duração que
explicam por que nunca vi O Franco Atirador do começo ao fim. Sua montagem costuma
dar saltos e a narrativa foge de modelos convencionais o que torna fácil você
se perder sobre o que está acontecendo no filme quando você é aquele espectador
que passa de vez em quando na sala se o filme está na tevê. Trata-se, enfim, de
um filme para ver focado, para se prestar atenção nos detalhes. E se manter focado
por três horas e meia é complicado quando se é adolescente. Tenho quase certeza
de ter visto o filme com amigos em VHS, mas se vi, eu não tinha estrutura ainda
para digerir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Para mim, sempre foi o “Filme da roleta russa”, porque suas
cenas de mais tensão envolvem este mórbido jogo onde se coloca uma bala no
tambor de um revólver para depois girar e atirar na própria cabeça para ver se você
tem sorte ou se vai morrer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">De fato, o filme influenciou toda uma “moda” que percorreu os
anos 80. Eu lembro de notícias de pessoas no Brasil e de fora que morreram “praticando
este esporte” na época. E realmente em certo momento O Franco Atirador parece
girar em torno de como este jogo afeta os personagens que são obrigados a
praticá-lo no campo de prisioneiros no Vietnã como forma de tortura, mas que
depois, ao menos um deles, parece desenvolver certo fetiche pela prática.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É um daqueles casos em que nos perguntamos: este filme seria
cancelado nos dias de hoje? Resposta: não sei. Não importa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas ontem, finalmente, depois de uma queda de duas horas na
internet, resolvi que já era hora de encarar e ver o que este filme tinha de
tão bom. Devo confessar que, tanto o tempo de filme, quanto a intensidade das
cenas, fazem de O Franco Atirador, um dos filmes de guerra mais imersivos e
densos já feitos. Mas o diretor Michael Cimino parece manter a câmara afastada
dos atores dando às vezes um ar documental ao filme. Os personagens não exalam
nenhuma qualidade ou simpatia que nos faz torcer por eles. São gente comum, mas
esquisita o suficiente para mantermos certa distância empática. Como se assistíssemos
a um documentário intenso, sobre pessoas reais, mas não há um buraco confortável
como um Harry Potter ou um Luke Skywalker do qual podemos assistir ao filme. O
fio condutor é Michael, personagem de Robert De Niro, mas ele não é nenhum mar
de simpatia. Não é alguém com quem gostaríamos de cruzar o caminho, não é um
personagem confortável. E se, só vamos realmente compartilhar seus sentimentos
e seu desespero nos minutos finais, isso é parte da genialidade do filme, do
roteiro, do diretor e do tremendo ator que é Robert De Niro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O título original é um caso a parte. Já que O Caçador de
Veados causaria certa confusão com os títulos das pornochanchadas brasileiras
da década de 70. Piadas a parte, o correto seria o Caçador de Alces, ou O
Caçador de Cervos. É bom lembrar que, ao diferente do que acontece no Brasil, os
americanos não veem no veado nenhuma conotação homofóbica. Ao contrário, é um dos
símbolos mais poderosos de virilidade, sendo sua caça um esporte praticado por
nobres e sua carne muito apreciada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O animal em questão é usado em diversas metáforas na
narrativa. Os amigos se reúnem para caçar antes de ir para guerra e logo depois
do casamento. E ali, continuamos a entender melhor a personalidade de cada um. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eles voltam com um alce morto por Michael
(Robert De Niro) amarrado na parte da frente do carro. Mais tarde, Michael coloca
o Steve ferido também na parte da frente de um carro no meio da guerra. Quando
volta a caçar depois da Guerra, Michael se recusa a abater o alce. Como se
agora houvesse uma identificação do caçador com a caça, ou porque atirar em
outro ser, mesmo que para se alimentar, tenha ganhado outro significado agora.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A história é centrada
em Michael (Robert De Niro) e sua relação com os amigos Stan (John Cazale), Steven
(John Savage), Nick (Christopher Walken) e Linda (Maryl Streep). Todos com
atuações impecáveis e densas que conseguem nos fazer entender os personagens ao
mesmo tempo que nos deixam sempre com uma dúvida do que realmente está acontecendo
na cabeça deles. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ficamos com uma sensação de imprevisibilidade e confusão. No
começo, são sonhadores, imaturos e inconsequentes. Logo depois, são jogados na
guerra em uma situação de realismo e violência visceral. Em um corte abruto, já
estamos no meio da guerra, com atrocidades acontecendo para lá e para cá. Novo
corte e Michael, Nick e Steven dividem uma cela de bambu mergulhada em um rio
sujo, entre ratos e cadáveres. É quando chegamos a nossa famosa sequência de Roleta
Russa que é usada como forma de tortura psicológica pelos vietcongs para com
seus prisioneiros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Michael e Nick conseguem se empoderar daquela tortura de tal
maneira a usá-la como forma de escapar do campo de prisioneiros e resgatar Steven.
Entretanto, este empoderamento cobra seu preço. Mesmo as balas que o revolver
não dispara em suas cabeças, parecem penetrar fundo no seu subconsciente e
rasgar suas almas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Durante a fuga, um helicóptero americano consegue resgatar
Nick, mas Michael e Steven caem do veículo o que acaba deixando Steven
paraplégico.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Michael volta para casa e reencontra Linda. Mas tem
dificuldades de se adaptar a antiga vida. Os dois tentam manter um romance, mas
Michael não esquece a guerra e quer saber onde estão os amigos. Ele parece ter
se tornado a personificação do veterano de guerra totalmente desprovido de emoções
ou ilusões em relação a guerra. Mesmo assim, ele vai a todos os lugares vestindo
seu uniforme e exibindo suas medalhas, provas concretas e palpáveis de um
orgulho que ele mesmo não parece sentir. Como se elas camuflassem todos os
horrores e traumas que passou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Michael vai buscar Steven que se recusa a voltar agora sem
pernas, preferindo ficar no hospital. Mas descobrem que uma grande quantidade
de dinheiro chega regularmente para ele vindo de algum lugar do Vietnã. Michael,
então, deduz que o dinheiro vem de Nick e volta ao Vietnã para buscá-lo. O
desfecho é brutal, com Nick se “profissionalizando” como um “atleta” da Roleta
Russa. Ele não consegue reconhecer Michael apesar de seus apelos e em uma
tentativa desesperada, Michael aceita jogar mais uma vez com Nick na esperança
de tirá-lo daquele transe e trazer ele de volta para casa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b>Dedo na ferida<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal">Além de um filme poderoso, O Franco Atirador foi lançado em
1978, apenas três anos após o fim da Guerra do Vietnã. Chegando na hora certa
de mostrar os estragos psicológicos e físicos que a guerra havia causado na
sociedade norte-americana, algo que, hoje, em 2021 ainda dói no imaginário
coletivo desta sociedade. Até então, os filmes de guerra celebravam a bravura,
o heroísmo e o triunfo daquela sociedade. A guerra do Vietnã já era criticada
duramente na mídia em outras obras, como M.a.s.h (filme e série de tevê que se
passavam na guerra da Guerra da Coreia, mas claramente faziam alusões ao
Vietnã). Mas a crueza visceral de O Franco Atirador abriu caminhos para obras que
se permitiram ser mais violentas e perturbadoras. Até então, morrer e perder a
perna por seu país era retratado no cinema como uma grande honra. Veteranos
eram heróis. Agora, se questionava: o que a nação havia feito por aqueles
heróis? Fora o grande conflito travado em campos midiáticos na época questionando
a legitimidade daquela guerra e o tratamento dado aos veteranos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mais do que questionador, O Franco Atirador é um soco no
estômago que funciona tanto como estudo de personagem, filme político, ação e,
claro, filme de guerra. As atuações também não ficam atrás. Vemos Robert De Niro,
Christopher Walken e Maryl Streep no melhor de sua forma. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não é à toa ganhou os Oscar de melhor filme, diretor,
edição, som e melhor ator coadjuvante para Christopher Walken numa das melhores
atuações da sua vida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Digno de nota, foi o último filme de John Cazale, então
marido de Maryl Streep, que estava com câncer terminal durante as filmagens,
portanto suas cenas foram filmadas antes. Robert DeNiro – reza a lenda – peitou
os produtores que queriam tirar o moribundo ator do filme. Alguns dizem que
pagou o cachê de Cazales do próprio bolso. De Niro, nega. Cazales morreu antes
do filme estourar como grande sucesso. Ao todo, o ator fez pouco mais de 5
filmes, mas todos indicados a mais de 42 prêmios. Todos indicados ao Oscar, sendo
três deles vendedores.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Sim, até nos bastidores, O Franco Atirador é visceral. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Talvez por isso, eu não tenha digerido o filme nas dezenas
de tentativas de ver na adolescência. Talvez tenha visto, mas não tenha digerido
completamente. Me faltava ter passado por experiências semelhantes aos dos
personagens. Eu ainda estava no paraíso e pouco, ou nada, sabia do que era o
inferno. Ainda não tinha tido uma arma apontada para a minha cabeça, muito
menos visto gente morrendo... (sou jornalista, só para esclarecer).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Assim, temos um filme sobre seres humanos que saem do
paraíso para terem seus corpos e almas dilacerados no inferno para, depois, descobrir
que voltaram para uma espécie de purgatório desconfortável e ao qual precisam
se readapatar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O fato é que na vida todos nós temos um pouco daqueles caçadores
de alce. Começamos a vida cheia de ilusões, desejos e nos sentimos invencíveis.
E em algum momento, a vida nos rasga, nos dilacera e temos que passar o resto
dos nossos dias carregando e tentando superar essas marcas no nosso corpo e em
nossas almas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma obra que andava esquecida, mas que merece estar no
patamar de outros clássicos que precisam ser vistos e revistos várias vezes. Fica
a dica! Mas se prepare, porque machuca.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;">Clinton Davisson Fialho é jornalista, escritor, roteirista e vai voltar para a academia depois da pandemia. É formado em jornalismo, tem pós em cultura africana e indígena e mestrado em narrativa em novas tecnologias. Publicou quatro livros mas o quinto está no forno.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-70281587435232041482021-01-14T10:35:00.001-08:002021-01-14T10:51:37.473-08:00Antes que ela vá, 2017 de Matheus Benites<p></p><p class="MsoNormal">Drama juvenil minimalista passeia pelas ansiedades do amor <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Um casal adolescente típico da Barra da Tijuca, região nobre
do Rio de Janeiro, vive um namoro tranquilo até que ela anuncia que em seis
meses irá se mudar para a França. Diante do conflito e das inseguranças que
envolvem a situação, eles tentam levar a coisa da maneira mais saudável
possível, mas ninguém é perfeito.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqvEP_iQ9hujjSyhet01a5kAEfD4RzwpRGWXnUt6nsMgQoYNPlVJpjDFZiXgEcbm9TxOu3eGJ3I88w_pESwjn1yneAjpRQ0CVvpDmUVmVUFzzAKmsHQUtQrvwjMLsbzHOntJ0/s348/download+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="145" data-original-width="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqvEP_iQ9hujjSyhet01a5kAEfD4RzwpRGWXnUt6nsMgQoYNPlVJpjDFZiXgEcbm9TxOu3eGJ3I88w_pESwjn1yneAjpRQ0CVvpDmUVmVUFzzAKmsHQUtQrvwjMLsbzHOntJ0/s320/download+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div><br /><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal">Que pensou em white people problems, está certo. São jovens
brancos héteros, bonitos e com situação financeira confortável. Entretanto, apesar
da saudável e necessária abertura que o cinema mundial e principalmente o
Hollywoodiano vem dando a filmes que abordam problemas de minorias, é sempre
bom saber que há espaço para todos. O Brasil não é só miséria, fome e violência.
O rótulo de “filme de um casalzinho adolescente burguês” pode até se encaixar
perfeitamente no filme de Matheus Benites, mas não o desqualifica como obra e
nem ofusca seus méritos que são muitos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O jovem diretor realizou a produção juntando R$ 12 mil com
campanhas de Financiamento coletivo e fez um filme sensível, com ótimos diálogos,
boas interpretações e que aborda um tema universal: a natureza dos
relacionamentos humanos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Embora os protagonistas interpretados por Gabriel Antunes e
Maria Clara Parente sejam adolescentes, a natureza dos temas abordados: ciúmes,
fidelidade, inseguranças, sexualidade, preocupação com o futuro, são inerentes
a pessoas de todas as idades. Quem pensa o contrário deveria furar a bolha e
prestar atenção em relacionamentos de idosos por exemplo. Vai por mim, meus
pais fizeram Bodas de Ouro ano passado...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O filme lembra um pouco a trilogia Before de Richard
Linklater, que mostra o relacionamento de um casal durante fases distintas
separados por nove anos, sendo que cada filme foi produzido nove anos depois do
outro. Fica aí a sugestão para o diretor de juntar o casal de atores daqui a
dois ou três anos, quem sabe?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com apenas dois atores em cena na sua uma hora e dez minutos
de duração, o filme se sustenta nos diálogos naturalistas e na química do casal
de atores. Sabemos que, ao se mudar para a França, a relação deles fatalmente
irá se alterar e, provavelmente, vai acabar. Cada um deles está lidando com
isso internamente e transmite para o outro o que seria a ponta do iceberg de
seus dilemas, suas angústias e suas resoluções.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com diálogos aparentemente banais, vamos entendendo a visão
de mundo de cada um. As semelhanças e diferenças vão aparecendo. A química do
jovem casal é impressionante. Gabriel Antunes e Maria Clara Parente fazem uma
interpretação naturalista e provavelmente trouxeram para o texto experiências
pessoais, tanto que estão ambos creditados no roteiro, algo muito semelhante ao
trabalho de Linklater na trilogia Before.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O filme não é livre de problemas. A pobreza da produção pode
ser vista principalmente na fraca captação de som que torna difícil, às vezes,
entender o que os atores estão falando, principalmente na cena de abertura na
praia. Ficamos sentindo uma falta de um desfecho mais consistente no terceiro
ato. A impressão que se tem é que cenas importantes foram perdidas e a edição
teve que se virar nos trinta depois.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Em compensação a fotografia é sempre criativa, tem ideias
sempre inventivas para não deixar um filme de diálogos algo totalmente estativo
e maçante.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O resultado é um filme sobre adolescentes que sai do
lugar comum e nos convida a conhecer quase em tempo real, algumas horas de dois
personagens com os quais nos identificamos e nos envolvemos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Antes que ela vá” consegue nos passar um
pouco da angústia de quem sabe que seu romance tem data marcada para acabar. Aprendemos
com eles que aquilo não é o fim do mundo e que eles devem aproveitar aquilo de
bom que sua relação tem enquanto podem. Assim, através de dois adolescentes,
entendemos que todos os romances de certa forma também são assim, a vida é
assim. Não posso dizer com certeza se esta era a intenção do diretor, mas fica
a dica de um filme que consegue nos passar uma mensagem profunda sem soberba,
sem pretensões e de maneira leve. Agora é torcer para que o casal aproveite o
tempo que vão ter juntos. É o mesmo que todos nós deveríamos fazer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #222222; font-size: 10pt; line-height: 107%;">Clinton Davisson é
jornalista e escritor, pós-graduado em educação e mestre em comunicação e
doutorando em comunicação. Autor de quatro livros, entre eles, a premiado
Hegemonia – O Herdeiro de Basten.</span><o:p></o:p></p><br /><p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-57652747226467458492020-12-23T15:19:00.001-08:002020-12-23T15:19:52.152-08:00Cedo ou tarde, o negacionismo da ciência vai cobrar seu preço<p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Segunda edição ampliada do sucesso literário, vencedor do prêmio Nautilus e finalista do prêmio Portugal Telecom de Literatura.</span></p><p><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Orgulhosos de sua supremacia militar e cultural sobre as outras civilizações da galáxia, os disonianos se autodenominaram A Hegemonia. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDSovMHGMkpq_ZTHkHQUNfsvptPp5J8ohvM3I9QlItNX2EFfpWwrD0ZuG7-jQ19AesxrS4d4bFFrGJ8ZkAet3AcjdRi9M58tVXjmEDYrh9zTEt7L6tGbQ1WmrcwT1fP8e2atg/s1080/O+negacionismo+da+ci%25C3%25AAncia+cobra+seu+pre%25C3%25A7o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDSovMHGMkpq_ZTHkHQUNfsvptPp5J8ohvM3I9QlItNX2EFfpWwrD0ZuG7-jQ19AesxrS4d4bFFrGJ8ZkAet3AcjdRi9M58tVXjmEDYrh9zTEt7L6tGbQ1WmrcwT1fP8e2atg/s320/O+negacionismo+da+ci%25C3%25AAncia+cobra+seu+pre%25C3%25A7o.jpg" /></a></div><p></p></blockquote><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Seu império e sua cultura, entretanto, estão ruindo lentamente e seus cidadãos migram em massa para a realidade virtual em busca de um mundo onde não há frustrações, nem tristeza. Neste cenário, o jovem estudante Ron Schowlen compra um diário neural e começa a gravar seus pensamentos e sua rotina na capital da Hegemonia; até que uma decepção o faz abandonar tudo e voltar, depois de dez anos, para Elôh, seu planeta natal. Lá ele vai ter que reencontrar seus irmãos, Shodan e Dúnia, soberanos do reino de Basten. A tensão entre os três só é quebrada pelo pedido de ajuda de uma tribo distante de marsupiais cuja vila está sendo invadida pelos agressivos dragões vermelhos. Durante a viagem pelo cenário grandioso do planeta Elôh, com seu anel de fogo e suas aberrações gravitacionais, Ron vai conhecer melhor a economia e a cultura de um mundo cheio de contrastes sociais e diversidades religiosas. Enquanto se preparam para a derradeira batalha contra os dragões, Ron e seus irmãos vão descobrir que, nos domínios da Hegemonia, nem tudo é o que parece e a verdade pode ser algo muito mais terrível do que nosso pior pesadelo.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Amazon Ember", Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><a href="https://www.amazon.com.br/Hegemonia-Herdeiro-Basten-segunda-ampliada-ebook/dp/B0858G6C46/ref=sr_1_3?dchild=1&qid=1608764493&refinements=p_27%3ACLINTON+DAVISSON&s=books&sr=1-3&text=CLINTON+DAVISSON" target="_blank">Compre aqui</a><br /></span></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-60578041485391505572020-12-07T14:44:00.006-08:002020-12-07T15:12:03.732-08:00Diário de um peladeiro 2020 – 3 – Apocalipse now<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ7R0XHyHAwhFBrpgc7d1YJxi8a2b5pDxJ-Ukqld4RmWj7B95_QJPX6B0VduhFfLpf4Wbo0ZdfoQ8R80xFR4_3Ji5y6DYDnsKsgIdIbbHkIXLKxv1_I5kfvqvxOepsIaSS21E/s1350/clintondavisson_12677387_2294913690647762_246838443_n.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ7R0XHyHAwhFBrpgc7d1YJxi8a2b5pDxJ-Ukqld4RmWj7B95_QJPX6B0VduhFfLpf4Wbo0ZdfoQ8R80xFR4_3Ji5y6DYDnsKsgIdIbbHkIXLKxv1_I5kfvqvxOepsIaSS21E/s320/clintondavisson_12677387_2294913690647762_246838443_n.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Reunidos em campo depois de seis anos</i></b></td></tr></tbody></table><p class="Standard" style="text-align: justify;"><b>Realizando o sonho</b></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Domingo, 6 de dezembro de 2020. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Eu comecei a escrever esta parte
três logo em fevereiro, mas só voltei a jogar no final de novembro. Não foi
exatamente uma pelada. Ainda estamos respeitando e muito o isolamento social
imposto pela pandemia do Covid-19, mas eu e meus gêmeos achamos uma quadra
vazia e jogamos nós três sozinhos. Era meio-dia e não tinha ninguém nem na
praça para assistir e foi o jogo mais esperado dos últimos anos. Melhor que a
final da Libertadores.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Veja bem, este diário tinha o
objetivo de levar um pouco dos sentimentos que a gente confronta na vida e a
metáfora que eu sempre consigo ver com o que acontece dentro daquelas quatro
linhas. Descobri que isso era útil para outras pessoas também. Dizem que o
xadrez é o jogo da vida. Bom, o futebol é um xadrez com 11 peças para cada lado
ao invés de 16 do xadrez. Claro, o futebol que eu jogo são apenas seis peças de
cada lado. E com essas peças podemos simular estratégias de vida, ações,
atitudes. Dá para saber mais sobre uma pessoa vendo-a jogar que conversando. O estilo
de jogo, as atitudes, dizem muito sobre a pessoa. No meu caso, como já falei
muitas vezes neste blog, existe a ansiedade. A mesma ansiedade que não me deixa
dormir também costuma me atrapalhar a jogar. Afinal, quando você tem uma bola
nos pés e poucos segundos para decidir o que fazer com ela, seu controle sobre
a ansiedade é testado ao máximo. Lembrando que, do outro lado, há outras
pessoas que querem tomar a sua bola e no seu time há pessoas que têm opiniões
distintas sobre o que você deve fazer, como deve agir. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Parte da ansiedade vinha de ficar
longe de duas pessoas que sempre foram diretamente afetadas pelas minhas
atitudes dentro do campo da vida. Dois meninos gêmeos que agora estão tendo sua
despedida da infância e virando adolescentes.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Quando eram mais novos, eu
aproveitava a varanda grande do prédio para ensinar eles a jogar futebol. Eles
não são exatamente craques. Puxaram o pai. Mas há esperança para eles ainda. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Desde junho eu estou de volta a Macaé, novamente perto deles e, depois de 6 longos anos, conseguimos jogar de futebol de novo. Jogamos em Macaé, na quadra
pública do bairro Mirante da Lagoa. Um bairro que eu adoro. E depois de tantos
anos sonhando com isso, lá estavam eles, meus filhos em campo, jogando comigo.
Desajeitados com a bola, mas felizes como o pai, curtindo cada momento. É como
se toda a felicidade do mundo, toda a esperança, tudo o que vale a pena neste
mundo estivesse ali, representado naquelas duas pessoas. </p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: left; white-space: pre-wrap;">Parecia um sonho. Eles estavam lá de novo, depois de 6 anos, jogando bola comigo. E eu sabia que desta vez eu não acordaria. Não era um sonho, era o fim de um pesadelo.</span></p><p class="Standard" style="text-align: justify;">Comprei a bola um mês
antes, ela estava meio vazia. Claro que comprei também uma bomba para encher,
claro que ela não funcionou. Mas jogamos assim mesmo. Fizemos cruzamentos,
chutes de longe, passes. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Não contei direito, mas na hora
que “era para valer” fiz cinco gols. Depois catei, depois cruzei. A bola não
estava ideal, mas quem se importa. Eles estavam ali, de verdade. Não era mais
um daqueles sonhos em que eu acordava chorando. Em que eu os abraçava durante o
sonho para ver se conseguia trazer eles comigo para o mundo real. Não, desta
vez, era tudo verdade. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">A quadra também tinha cesta de
basquete e usamos para treinar uns arremessos. Lembrando que minha última
partida de basquete na vida em Volta Redonda no Recreio do Trabalhador e, com
certeza, tem mais de 30 anos. Eles levam mais jeito para basquete que para
futebol. Ensinei o que eu lembrava. Adoraram ver eu passar a bola pelas costas.<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Enfim, talvez não seja o meu
melhor texto. Mas foi um dos dias mais felizes da minha vida. E talvez a pelada
mais importante do ano. E estes cinco gols, jogados apenas com duas crianças em
uma quadra de Macaé valeram mais que os outros 20. <o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Como o coronavírus ficou mais
intenso nos últimos dias, combinamos de não jogar de novo este ano. Então,
encerramos aqui o diário de um peladeiro de 2020. Vamos ver o que acontece em
2021...<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Saldo de 2020<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">11 jogos<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">25 gols<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">15 pontos no basquete<o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;">Clinton Davisson é jornalista,
pós-graduado em educação e mestre em comunicação. Autor de quatro livros, entre
eles, a premiado Hegemonia – O Herdeiro de Basten.<o:p></o:p></p>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-58977655495373403092020-06-17T11:46:00.004-07:002020-06-17T11:46:20.914-07:00O Silva e o "novo normal"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTz3iiYX73CWF9mxFQxPlmMav4RfOqP1Yt3x1LAVp8s8DVsSx-Io-Q-MVERfkVtsshOsrgbXxrgIvOZc0KXNZvrsaWcvdA9hftJ7D2RRmKvizwxscfXIQVZf8AstiiyRpTU8A/s1600/WhatsApp+Image+2020-06-17+at+15.28.05.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="738" data-original-width="1024" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTz3iiYX73CWF9mxFQxPlmMav4RfOqP1Yt3x1LAVp8s8DVsSx-Io-Q-MVERfkVtsshOsrgbXxrgIvOZc0KXNZvrsaWcvdA9hftJ7D2RRmKvizwxscfXIQVZf8AstiiyRpTU8A/s320/WhatsApp+Image+2020-06-17+at+15.28.05.jpeg" width="320" /></a>Em tempos de mudar de cidade no meio da pandemia, tento me adaptar ao novo normal. Fui na casa de uma amiga mas não entrei para tomar café, conversamos na esquina tentando manter aquela distância, sempre de máscara.<br />
Mas de repente, não mais que de repente, surge o Silva (vamos chamá-lo assim para não expor a pessoa) vendendo paçocas de máscara às 22h.<br />
<br />
Acho que umas 200 pessoas já me contaram a mesma história na rua. Ele pedia ajuda porque estava desempregado e o filho não tinha jantando ainda. Ele não ia voltar para casa enquanto não tivesse jantar. Minha amiga foi em casa pegar dinheiro para o jantar da casa do Silva. Não sei por que exatamente, mas acreditamos nele imediatamente.<br />
<br />
Enquanto ela foi em casa, sentei no meio fio para conversar com Silva.<br />
Negro, aparentava ser mais novo que eu, mas não muito. Visivelmente em estado de choque. Era motorista de ônibus e estava desempregado por causa da crise. Não conseguiu o auxílio emergencial. Não conseguiu auxílio do governo municipal. Evangélico, deu com a porta na cara das trocentas igrejas que existem em Macaé. Diz que pediu ajuda no mercado e as pessoas riram dele.<br />
<br />
Acho que não fosse a sensibilidade da minha amiga, eu também o teria confundido Silva com aqueles caras que pedem dinheiro para alimentar os filhos mas na verdade... Bom, você sabe do que estou falando.<br />
<br />
Silva disse que até os traficantes estão se organizando nas favelas para não deixar o povo passar fome. Mas o fato é que ele não mora na favela.<br />
<br />
Falam tanto de um "Novo Normal", mas o fato é que um pai de família desesperado para sustentar os filhos ainda é o mesmo normal.<br />
Olhei o contraste entre hoje ser um dos dias mais felizes de 2020 para mim e provavelmente era um dos dias mais tristes na vida do Silva. Lembrei que já estive ali naquele lugar e me dei conta da quantidade de gente que está exatamente ali agora e estava também antes da pandemia.<br />
<br />
Coincidentemente, parte do meu trabalho hoje foi justamente pesquisar como algumas cidades como Maricá-RJ conseguiram lidar com a crise, manter em 1% a taxa de desemprego durante a pandemia, manter os leitos com apenas 30% de ocupação com medidas simples. Com a Prefeitura estabelecendo parcerias com empresas, oferecendo benefícios para não haver demissões, buscando proteger os cidadãos não por caridade, mas porque isso ameniza a crise e as contas públicas.<br />
<br />
Mas aí, vem o Silva para me trazer à realidade. De Macaé, de Petrópolis, de Juiz de Fora, do Brasil.<br />
Nos tempos de jornalista policial, amigos da polícia militar, uma das classes mais desvalorizadas do RJ, me ensinaram um termo respeitoso que usariam para definir Silva: "Trabalhador". Sim, é uma palavra simples, mas carregada de significados dos quais predomina o RESPEITO.<br />
Mas que respeito estamos tendo com o Silva, TRABALHADOR, que se propôs a não voltar para casa sem jantar para seu filho? Que diabos de "Novo Normal" é este?<br />
<br />
Que porcaria de mundo é esse em que o Estado e a Sociedade deixa um indivíduo como Silva desamparado, humilhado, desesperado.<br />
<br />
Muitos criticam o isolamento justamente por ser "coisa de rico". E quem não pode ficar isolado, como o Silva? Mas aí é que separamos o joio do trigo, ou melhor, a observação superficial do terraplanista do olhar científico. O ser humano é um animal social. Vivemos em sociedade porque somos mais fortes juntos. Pois o conceito de mais forte e o mais fraco em termos de raça humana é variável. Podemos ser fortes em um aspecto e fracos em outro. Vivendo em sociedade porque assim unimos nossas forças e compensamos nossas fraquezas.<br />
<br />
Nestes aspecto, sim, estamos falhando como sociedade, estamos falhando como espécie. Silva me fez entender finalmente a carta deixada por Flavio Migliaccio. Realmente a humanidade não deu certo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Clinton Davisson é jornalista e escritor, pós-graduado em educação e mestre em comunicação e doutorando da UFJF. Autor de quatro livros, entre eles, a premiado Hegemonia – O Herdeiro de Basten.Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-64459447609837107512020-05-01T16:44:00.002-07:002020-05-01T16:44:13.859-07:00Matéria sobre o Herdeiro de Basten no Debate<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.odebateon.com.br/" target="_blank">https://www.odebateon.com.br/</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZhCd8xNRerTfI_e5o_gBWCIdJG1mSlKAN4d9qaIRjr7MpIsVJ9kKReI_Dv9q_21lUT8J63IFhXzNo32T7MAhGx88sq6W-SNYnJdForN_QaVtMKCJUpQXwOjttc3sEQfTzcvw/s1600/Edi%25C3%25A7%25C3%25A3o+9930+Especial+01-05-2020_page-0011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="920" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZhCd8xNRerTfI_e5o_gBWCIdJG1mSlKAN4d9qaIRjr7MpIsVJ9kKReI_Dv9q_21lUT8J63IFhXzNo32T7MAhGx88sq6W-SNYnJdForN_QaVtMKCJUpQXwOjttc3sEQfTzcvw/s320/Edi%25C3%25A7%25C3%25A3o+9930+Especial+01-05-2020_page-0011.jpg" width="184" /></a></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-24941460882232038032020-04-10T23:00:00.000-07:002020-04-10T23:00:02.429-07:00@GabrielaPrioli facts Uma vez chegou para uma menina e disse: "Acredite em seus sonhos". O nome da menina era Marie Curie!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_AxSFORmyxb1dTS3JQuLAs9E4XkrkoMogkOJvwtuYqHYwvLD_FTTCC5oR4w3NQsCBPjD7lyQ2WgRwqSKnfie7pPndSvJ77fEkzJ08PgvSqAi86bR1O5MWBzq9rkOIGObQUlo/s1600/Sem+t%25C3%25ADtulo-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="498" data-original-width="525" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_AxSFORmyxb1dTS3JQuLAs9E4XkrkoMogkOJvwtuYqHYwvLD_FTTCC5oR4w3NQsCBPjD7lyQ2WgRwqSKnfie7pPndSvJ77fEkzJ08PgvSqAi86bR1O5MWBzq9rkOIGObQUlo/s320/Sem+t%25C3%25ADtulo-2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-33679023432425089212020-02-09T22:12:00.003-08:002020-02-09T22:12:51.596-08:00O legado de Andrew Koenig para o Coringa<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1vMd9n_LOK6mMtualMFkGtDYrKgr6zusiExl7nTcmCB_Z6ppqdJpJxJo8nE9fYlb-hYsiUwTuRkQIb9Sx74TjK0fIF_5t3XROTzNe0kGvbUtulYeZXo80pJERtl5dPiq5-4E/s1600/6_andrew_koenig.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="508" data-original-width="760" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1vMd9n_LOK6mMtualMFkGtDYrKgr6zusiExl7nTcmCB_Z6ppqdJpJxJo8nE9fYlb-hYsiUwTuRkQIb9Sx74TjK0fIF_5t3XROTzNe0kGvbUtulYeZXo80pJERtl5dPiq5-4E/s320/6_andrew_koenig.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Agora que o Coringa consagrou
dois grandes atores com o Oscar, é bom lembrar que, antes de Heath Ledger e
Joaquin Phoenix, o conceito de um Coringa sinistro e sombrio já havia causado
um reboliço em 2003 com a magnífica e aterrorizante performance de Andrew
Koenig em um curta metragem independente chamado Batman: dead end. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Realizado sem a permissão da DC
ou da Warner, o curta viralizou em 2003 e certamente influenciou o tom mais
sombrio de Batman Begins que estreou dois anos depois. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na história Batman persegue o Coringa
pelas ruas sombrias de Gothan City. O encontro dos dois gera um diálogo memorável,
mas é interrompido por um plot twist que, na época, causou sensação da Comic Con
de San Diego e provavelmente não deu origem apenas a Batman Begins, pois, o lançamento
de Alien X Predador um ano e meio depois não pode ser só coincidência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um dos destaques do curta era a
hipnótica atuação de Andrew Koenig como o Coringa em uma versão assustadora e com
uma risada tenebrosa. Antes dele, o Coringa, ao menos no cinema e na TV, era
nas versões mais leves de Jack Nicolson e Cézar Romero. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ativista de direitos humanos e
com algumas participações em filmes e séries de tevê, a carreira de Andrew não
decolou. Ele era filho do ator Walter Koenig, o Pavel Checov da série clássica
Star Trek. Andrew Koenig foi encontrado morto em sua casa em 2010, aos 41 anos.
Em uma entrevista coletiva, o pai anunciou que seu filho cometera suicídio. Os
motivos nunca foram esclarecidos pela família que pediu privacidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A consagração do Coringa como o
segundo personagem (junto com Vito Corleone da saga O Poderoso Chefão) a dar
Oscar para dois atores diferentes, tem uma contribuição significativa de Andrew
Koenig. Uma pena ele não estar aqui para saborear um pouco do seu legado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O curta Batman: dead end está
disponível no Youtube no link: </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.youtube.com/watch?v=RbS9p_Ci_lw" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=RbS9p_Ci_lw</a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-9991543901570569502020-01-26T16:54:00.000-08:002020-01-26T16:54:37.216-08:00Diário de um peladeiro 2020 – Parte 2 - E que a ginga esteja com você!<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O site Omelete, que acompanho
desde que surgiu há 10 anos, elegeu Pelé – O Nascimento de uma lenda como o
pior filme da década que acabou (entre 2010 e 2019). Eu sou suspeito, mas adoro
filmes de futebol. Eu gostei do filme. Apesar de realmente não ter como ignorar
os defeitos tanto na parte narrativa, quanto na parte de fidelidade histórica.
Mas pior da década?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNWna6psYPnp4Wl7H1CJ_bQuIxNAN-P0NO7i6BlV0ypycPtM8MhqKuJGNS90T5X-dapI1VujC9NjoqZqs84zD_BqjeOwz1ZI3Mfz9jGyJoRFCMlxiPy3w7IUJzh7_iOgt2SDk/s1600/images+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="570" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNWna6psYPnp4Wl7H1CJ_bQuIxNAN-P0NO7i6BlV0ypycPtM8MhqKuJGNS90T5X-dapI1VujC9NjoqZqs84zD_BqjeOwz1ZI3Mfz9jGyJoRFCMlxiPy3w7IUJzh7_iOgt2SDk/s320/images+%25285%2529.jpg" width="320" /></a>Meu filme de futebol preferido ainda
é o clássico Fuga para Vitória (Victory, 1981), dirigido pelo lendário John
Huston, que coloca um time com Pelé, Bobby Moore e Osvaldo Ardiles, enfrentando um
time de nazistas em plena Segunda Guerra Mundial. O time ainda contava com
ninguém menos que Silvester Stallone como goleiro e o oscarizado Michael Caine
(o Alfred do Batman do Nolan) como capitão e centroavante. Para quem não conhece,
o filme conta a história de um capitão inglês (Caine), detido em um campo de prisioneiros
durante a Segunda Guerra Mundial e que usa o futebol para distrair os outros companheiros prisioneiros. O diretor do presídio, um nazista interpretado pelo também
premiadíssimo, Max von Sydow (o padre de O Exorcísta), desafia os prisioneiros
para um jogo contra os guardas alemães. Com Pelé em Campo e Silvester Stallone
no gol, vocês já imaginam que não houve 7x1, ao menos naquela vez. O filme é
uma verdadeira declaração de amor ao futebol. <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjud3bYBKOwrIu732SxvZ7yvKnyVtxy7POB3MWEIUNg0PQYB3h5I66JqQjvgLJV8yFVvANODLz1_C0AMCtHzcHJdDilpb8ln60q3EsGS0rqAE8EzQgtx8-vLjYX_zfbZmcvQEw/s1600/ginga.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="289" data-original-width="503" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjud3bYBKOwrIu732SxvZ7yvKnyVtxy7POB3MWEIUNg0PQYB3h5I66JqQjvgLJV8yFVvANODLz1_C0AMCtHzcHJdDilpb8ln60q3EsGS0rqAE8EzQgtx8-vLjYX_zfbZmcvQEw/s320/ginga.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas voltando ao “filme do Pelé”
de 2016, sim, o filme é ruim, não resta dúvida. Mas a maior crítica que se faz
é como a história coloca a “ginga” como algo parecido com a “força” de Star
Wars. Como é um filme escrito e dirigido por norte-americanos, dá para imaginar
que a ideia veio dos professores de capoeira que nos EUA e Europa realmente
gostam de se referir à ginga como algo místico. Para brasileiros é apenas não
ter cintura dura, é o remelexo, a desenvoltura, é algo natural, mas para gente com
cintura dura como... Eu, é sim, algo sobrenatural muito parecido com a força de
Star Wars.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bom, na quarta e na quinta
peladas do ano eu fiz um gol em cada uma. Ambas foram na Faefid – Faculdade de
Educação Física da UFJF.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Semana passada eu ainda estava
com um bom fôlego. Corri, driblei. Tive boas chances e alguma eu mesmo criei. O
gol veio em uma jogada que teve que ser repetida três vezes para dar certo.
Passe da direita para eu pegar de primeira na entrada da área. Eu tentei parar
a bola outras vezes e não deu certo. A marcação chega muito rápido. Quando
peguei de primeira, fiz o gol.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fiz novamente meu duelo pessoal
com meu amigo (e ator recrutado), o Lucas Scafuto. Ele ganhou uma bola na
entrada da área e eu, ao tentar cortar, chutei o pé dele e parei a jogada para
não fazer falta ou não machucar mais. Ele prosseguiu e fez o gol. Fez o
correto. Eu é que optei conscientemente por pegar mais leve com medo de
machucar o amigo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois driblei ele no meio de
campo e toquei para um atacante que fez o gol. Empatamos, eu acho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O fato é que emagreci. Estou mais
leve. Isso tem ajudado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas aí, veio a pelada de 25 de
janeiro. Um mês depois do Natal. Em apenas 25 dias, eu fiz 11 gols em apenas
cinco jogos. Ano passado, só alcancei essa marca apenas no dia 25 de maio,
depois de 16 jogos e quase 6 meses. Houve uma evolução no meu futebol, na minha
ginga, verdade seja dita. A ginga está comigo agora! Mas vamos lembrar que, em
Star Wars temos o lado negro e o lado luminoso da força. Será que isso também
ocorre com a ginga?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na pelada passada, antes de
começar, fiquei treinando o famoso giro. Receber a bola de costas para o gol,
girar e a chutar. Hoje houve duas oportunidades de fazer isso e não consegui.
Preferi passar para alguém. Numa delas, eu não consegui dominar a bola, mas
acabei dando um passe bonito, ainda que involuntário para o João (Johnny) que
fez um golaço. Mas o legal é que dei passes para vários gols e armei pelo menos
duas belas jogadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dei muitos chutes. Dois de
esquerda muito bonitos. Um o goleiro defendeu após a bola ter pego na mão do
André e outro foi para fora, passando bem pertinho da trave.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas finalmente consegui fazer o
bendito giro. Recebi a bola do Bruno Kaehler, meu eterno garçom e ameacei
devolver. Tive calma para ir girando devagar em busca de uma jogada. Quando não
apareceu, chutei forte para o gol de direita. Foi o gol mais bonito até agora, o
que me deixou mais feliz. Mais até que o de letra. Porque foi um gol finalmente
construído por mim ao invés de esperar por passes na entrada da área.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>O lado negro da ginga<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em determinado momento, estava
fazendo a marcação da saída de bola do time adversário. E fui disputar a bola
com o Fernando Junior. Um cara que é forte no lado luminoso da ginga. Tem uma
habilidade impressionante, do tipo que é legal assistir jogar. Mas como eu não
estava ali para assistir, entrei mais duro. Funcionou. A bola bateu em nós dois
e foi em direção à linha de fundo. Então, ele usou a ginga, como bom Jedi que é.
Fingiu que ia sair com ela pela esquerda, mas deu as costas para mim,
protegendo a bola. Só que eu fui atrás e dei um carrinho com a certeza que ele iria
para a esquerda, só que ele não foi...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu até acertei a bola, mas também acertei o pé
dele que travou. Ele acabou se contundido. Acho que num jogo oficial, eu seria
expulso ou pelo menos um cartão amarelo pelo carrinho por trás. Uma jogada
perigosa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Resultado: tirei o Fernando do
jogo. No começo, eu e muita gente achamos que ele estava enfeitando o lance.
Escutei até a voz do meme: “Foi nada, foi nada, se jogou. Esperou o contato, o
contato veio. Viu que o juiz estava marcando tudo e pulou”. Mas infelizmente
foi sério.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dá o que pensar. Foi uma jogada
perigosa. Assim, como parei depois de chutar o pé do Lucas Scafuto semana passada,
deveria ter parado. Tenho conceitos sobre o esporte bem definidos. Na minha
idade então, o jogar está muito mais priorizado que o vencer. Se quisesse
vencer sempre. Continuaria confortavelmente na defesa. Enfim, ele e todos os
outros levaram na esportiva. Mas é sempre algo triste. Fiquei com a impressão
que, no duelo de gingas, ele usou o lado luminoso e eu cai na tentação do lado
negro. Machucar uma pessoa, ainda mais um amigo, nunca é bom.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para alívio da minha pesada
consciência, Fernando aceitou minhas desculpas. A ginga é forte nele. E isso
aí, amigo! Que a ginga esteja com você!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Saldo de 2020<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
5 jogos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
11 gols<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Clinton Davisson é jornalista,
pós-graduado em educação e mestre em comunicação. Autor de quatro livros, entre
eles, a premiado Hegemonia – O Herdeiro de Basten. Foi roteirista da série
Malhação e consultor na elaboração da série Ilha de Ferro da Globoplay. Atualmente
trabalhando no piloto da série Baluartes. <o:p></o:p></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-58397141078381806432020-01-15T12:53:00.000-08:002020-01-20T10:26:07.374-08:00Diário de um peladeiro 2020 – Parte I <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dydqWr7E9SMbdKyS1d3PWWnYBBxzOjAUeCnIL9Dw7bN6_TcfO47Wr9eJcr9609gLgvwDPtKNlufVZQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Aviso, o texto abaixo toma diversas liberdades poéticas ao elogiar o medicamento <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16px;">cloridrato de metilfenidato, popularmente conhecido como Ritalina. Entretanto, é sempre bom lembrar que este medicamente só deve ser usado com indicação e acompanhamento médico. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
Voltando com o Diário do
Peladeiro após quase desistir de escrever. Foi uma coisa curiosa. Eu tinha
melhorado 99% da depressão em novembro, graças a academia, o futebol e os
amigos. Crédito também para minha companheira de aventuras, a Gabriela Moreira.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfim, resolvi que, para tentar enterrar
a depressão de uma vez, por todas, deveria ir além de só fazer terapia com
psicóloga. Aí, fui numa psiquiatra e resolvemos que deveria tomar um remédio
para ansiedade. O escolhido foi o succinato de desvenlafaxina monoidratado. Esse
troço dos diabos simplesmente me apagou dezembro todo. Um dos efeitos mais malucos
do remédio foi a confusão mental, desaconselhando na bula, por exemplo, a
dirigir. O ápice desse efeito foi num jogo em dezembro em que comecei jogando
com a camisa vermelha e depois troquei para azul. O resultado é que dei três
passes de cabeça para o time errado. Mas o “melhor” foi quando desarmei o meu
amigo, Bruno Kaehler, que era do meu time e entreguei a bola para o adversário.
Teve momentos em que simplesmente esquecia o que estava fazendo ali no campo. Numa
dessas, o Osmir, da pelada de Quinta, teve um acesso de raiva e quase me matou.
Eu parecia o gif do John Tavolta, perdido em campo. Mesmo assim, foi nessa
última pelada do ano, com passe justamente do Osmir, que fiz meu último gol de
2019. O de número 40.<o:p></o:p><br />
<br />
Sim, o saldo final de 2019 foram 40 gols em 48 jogos. Contra 21 gols em 27 jogos em 2018. Como será 2020?<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas ainda falando de 2019.... Dormi e tive muita
diarreia em dezembro todo. Travei em praticamente tudo que estava fazendo e quando foi lá
pelo final do mês, eu resolvi parar. E quando deu exatos 15 dias que parei de
tomar o remédio, me veio ainda uma droga de um surto, no dia sete de janeiro,
que deixou todos os amigos mais próximos (não necessariamente próximos geograficamente)
assustados. Um ataque de pânico tão forte que assustou até minha terapeuta.
Enfim, remédio dos diabos! Caro para burro, me deixou prostrado, perdi um mês da
minha vida e ainda surtei no início de janeiro de uma forma que é melhor nem
escrever aqui. Já passou. Bola pra frente!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Voltei lá na médica e pedi para
trocar o remédio. Sugeri Ritalina. Oh, sagrada Ritalina, dádiva dos deuses
criada para pessoas com TDH tenham foco e potencializa a concentração. Ou seja,
passei a jogar dopado...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O resultado é que joguei três peladas
em 2020 e já fiz nove gols. Fora a disposição para fazer os projetos, estudar,
ler e tudo que tanto preciso. Em comparação ao ano passado, eu só fui chegar a
9 gols depois de 13 jogos e cinco meses. Foi um bom começo. Aliás, foi ótimo!
Viva a Ritalina!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O primeiro gol foi em Barra Mansa
no meu querido e lendário Moinho de Vento, dia 2 de janeiro. O gol veio de um passe
do meu mestre e mentor Ricardo de Mello no campinho em que aprendi a jogar bola
38 anos atrás. Foi simbólico. Não foi exatamente um jogo, mas conta como o
primeiro gol de 2020. A ideia de voltar às origens permeia todo esse blog. Redescobrir
a identidade perdida. Precisava voltar lá no Moinho de Vento. Precisava olhar
com clareza aquele lugar que ajudou a construir minha personalidade até então
perdida. Precisava fazer um gol lá... Precisava me encontrar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois veio uma pelada da
quinta-feira, dia 9 de janeiro. Não fiz nenhum gol. Lembro que corri bastante.
O goleiro fez duas defesas tão difíceis de dois chutes meus, que até se
machucou, fui até cumprimentá-lo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É a pelada mais organizada que
participo, mas como tem muita gente, dá a impressão de que o tempo passa mais
rápido e quando vejo, já acabou. Lembro que cheguei cedo e fiquei correndo no
campo, treinando dominar a bola sem olhar para ela, com a cabeça levantada,
como eu fazia nos tempos de escolinha de futebol... Bilhões de anos atrás...
Durante o jogo, tentei fazer isso e a bola passou debaixo do meu pé duas vezes.
Acho que o treino não valeu muito...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que ficou de relevante foi mais
a dor nos dois joelhos que, mesmo depois de 20 dias sem jogar e sem malhar, não
melhoraram. Confesso que fiquei preocupado. Marquei até ortopedista para o mês
que vem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois veio o glorioso retorno da
pelada de Sábado, na Faefid, dia 11 de janeiro. Resolvi subir de ônibus porque
me obriga a andar um pouco e me aquecer no processo. O problema é que tive que
passar no banco primeiro para pegar dinheiro para pagar a pelada. Isso me fez
perder o ônibus e chegar atrasado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cheguei lá, um calor sinistro, abafado.
Enfim, fiquei mais ousado desta vez. Tentei dribles, dei bons passes, mas
comprovei uma coisa muito óbvia que já vinha suspeitando desde que voltei a
jogar em 2015: eu não tenho fôlego ou pique para acompanhar a garotada de menos
da metade da minha idade, mas por algum fenômeno biológico desconhecido, eu sou
sempre o último a me cansar. Então, no final da pelada, todo mundo se
arrastando e eu correndo. Aprendi a usar isso a meu favor. No final, com a
defesa do adversário cansada, eu estava sempre indo e voltando e me colocava
bem. Fiz três gols justamente neste final de jogo, quando todo mundo estava
cansado e eu estava “inteiro” ou talvez, menos acabado que os outros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O primeiro gol veio num passe açucarado.
Eu estava só tive que matar a bola com muito, muito cuidado, morrendo de medo
de perder aquele gol feito e chutar. O segundo foi um passe do Furlan e eu
estava de costas para o gol. Toquei de letra e calcanhar e a bola entrou. Até agora,
meu gol mais bonito do ano. O último foi também um belo passe do Furlan que eu
só tive que chutar longe do goleiro. Pensando bem, acho que todos os gols foram
passes do Daniel Furlan. Mas sei que dei passe para pelo menos dois gols dele
também.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Momento curioso. Teve um jogador
que eu não sei o nome. Dei um ótimo passe no meio de campo por baixo das pernas
nele. Teve um momento em que eu roubei a bola no meio, cara a cara com o
goleiro, chutei por debaixo das pernas dele. Era o mesmo cara. Só que desta
vez, ele conseguiu defender com a ponta do calcanhar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fiz três, mas perdi uns seis.
Acho que pode melhorar. Sempre pode, né?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois veio a pelada de ontem, 14
de janeiro, terça-feira. Pelada da imprensa, no mesmo Soccer Aero ball da
pelada de Quinta-feira. Desta vez, fiz cinco gols e dei uns passes para, pelo
menos mais quatro. Melhor atuação até agora. Embora, claro, no meu universo
perfeccionista, ainda tenho muito que melhorar. Mas já é o maior número gols
numa única pelada desde que voltei a jogar em 2015 (depois de 12 anos parados
por problema na coluna, para quem não sabe). Viva a Ritalina!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Difícil até lembrar de todos os
gols. Mas vou tentar. Foram dois gols de um lado do campo e três do outro.
Lembro que o primeiro foi o mais bonito porque recebi o passe de fora da área e
emendei de direita de primeira para o gol. A bola foi suave, no alto, nem lenta
e nem rápida, o goleiro pulou, mas ela passou deixado do braço dele. É ótimo
quando a gente faz o gol com um movimento automático, sem pensar muito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Teve o Anderson, tio do Rodrigo,
um baixinho muito bom de bola. Segundo nosso amigo, Lucas Demolinari, era uma
mistura de Soteldo (Santos) com Thiago Neves (Cruzeiro). Ele me lembrou
incrivelmente o Genésio do Moinho de Vento, que por sua velocidade na marcação,
ganhou o apelido carinhoso de Carrapato. Fizemos uma boa dupla, dei uns três ou
quatro passes para ele fazer gols. Não contei, mas com certeza ele fez mais que
eu, que fiz cinco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Realmente não lembro de todos os
gols que fiz, mas lembro de dois que perdi. Um porque foi debaixo da trave com
um passe preciso do meu garçon predileto, o Bruno Kaehler, que, seguindo a
linha de raciocínio de comparações, é uma mistura de Modric com Geromel. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfim, o Bruno fez uma jogada
fantástica, passando por dois na linha de fundo e cruzando para mim praticamente
dentro do gol. A bola veio rápida e passou por debaixo das minhas pernas. É o
tipo de gol mais triste de se perder. Mas acontece. O que eu gostei é que não desisti
e fui atrás da bola e consegui recuperar e iniciar outra jogada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tentei chutar de longe três vezes, uma foi para
fora, outra o goleiro defendeu e outra na trave. E o gol que mais lamentei ter
perdido foi um que recebi na entrada da área, consegui tirar o goleiro com um
drible curto e chutar de esquerda. Mas a bola não pegou corretamente e foi para
fora, por muito pouco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acho que perdi uns três gols de ótimos
passes. Mas fico sempre naquela dúvida: pegar de primeira e seja o que Deus
quiser ou dominar e chutar, dando chance para a defesa chegar e cortar? Mas
tudo se resume, desde o começo, desde que voltei a jogar, a aceitar os próprios
erros. A lidar com a ansiedade, não com remédios que me deixam com sono e
diarreia, mas com treino. Enfiando na cabeça que sou humano. Humanos erram. Humanos
acertam. Mas só acertam aqueles que tentam. Então, tentei. Chutei de esquerda,
a bola entrou, acho que foi passe do Anderson. O Bruno/Geromel/Modric me deu
passe para pelo menos mais dois gols. Um eu peguei de primeira e entrou. Outro
eu dominei e chutei, entrou. A vida é simples. A minha ansiedade é que
complica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tenho certeza que fiz um gol com
passe do Fernando Junior também e quase certeza que dei passe para ele também
fazer gol.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfim, foi um dia muito legal e o
ano está só começando. Um ano ainda cheio de incertezas, mas também cheio de
possibilidades. Talvez de mudança de cidade, mas com certeza de mudança de vida,
mudança de atitude, de postura. Saí do modo sobrevivência, que foi muito útil e
necessário nos últimos dois anos, porque ninguém sabe o inferno que passei..., mas
agora entrei no modo do combate. Viva a Ritalina!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Saldo de 2020<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
3 jogos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
9 gols<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Clinton Davisson é jornalista,
pós-graduado em educação e mestre em comunicação. Autor de quatro livros, entre
eles, a premiado Hegemonia – O Herdeiro de Basten. Trabalhou nas séries Malhação, Tapas & Beijos, foi consultor na série Ilha de Ferro da Globoplay. Atualmente
trabalhando no piloto da série Baluartes. <o:p></o:p></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-17246948737378171082019-12-15T08:33:00.002-08:002023-11-20T11:58:35.247-08:00Contabilidade de 2018 em comparação a 2019<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGy2QOvDit_1I-Z56B41QA12FPhPuyPCK9tCau8MFpANt_qhw4nGxJK0nKDyPhiASN2qq_Yv2EYwyyGe-g-DPzoBUgjLtFVUNDSzt4LuTwMpY4Kc7Vj4Goa9Y9Y8fetyw9V8Q/s1600/48417976_10218105114765146_6579318606692089856_o.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGy2QOvDit_1I-Z56B41QA12FPhPuyPCK9tCau8MFpANt_qhw4nGxJK0nKDyPhiASN2qq_Yv2EYwyyGe-g-DPzoBUgjLtFVUNDSzt4LuTwMpY4Kc7Vj4Goa9Y9Y8fetyw9V8Q/s320/48417976_10218105114765146_6579318606692089856_o.jpg" width="256" /></a></div>
Depois de muito procurar, encontrei o post lá no Facebook que me inspirou fazer o Diário de um peladeiro.<br />
<br />
Lembrando que, em 2018 houve uma tentativa de voltar para a academia em setembro e outubro, mas eu exagerei e acabei com uma tendinite no pé esquerdo por conta da esteira.<br />
<br />
A média de gols para um peladeiro foi pequena em 2018 em comparação a meus colegas que costumam fazer uma média de 2 a 3 gols por pelada. Mas eu gostei de saber que fiquei com uma média parecida com o de jogadores profissionais.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Enfim, o ano ainda não acabou. Em 2018 foi assim:<br />
<br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span face="Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-size: 14px;">Clinton - 27 jogos, 21 gols</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span face="Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-size: 14px;">Lucas Paquetá -95 jogos, 18 gols</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span face="Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-size: 14px;">Vinícius Jr - 46 jogos, 20 gols</span><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span face="Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-size: 14px;"></span><br />
Em 2019 o futebol foi fundamental para conseguir sair da depressão. Por enquanto temos:<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14px;">47 jogos</span><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14px;">39 gols</span><div><span style="color: #222222; font-family: times new roman, serif;"><span style="font-size: 14px;">57 assistências<br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "times new roman", serif; font-size: 14px;">É possível que haja ao menos mais uma pelada em 2019. Dá para chegar aos 40 gols. Vamos ver!</span></div>Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-44503596288657236582019-12-15T04:24:00.002-08:002019-12-15T04:47:12.548-08:00Especial de Natal – Porta dos Fundos <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Grupo humorístico choca fanáticos
religiosos ao apresentar Jesus gay e alerta para o perigo do fundamentalismo cristão<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wGeyPV8EO4J6MUXWbuIX9px15ZUt_pDpzKI-6n5oMUgRwPuFfa7EtnMdOz3y94MW_609sifc5u-o_JsY2yl-fyTyWQE_ERnTswU6nps5wQxmgSTvoIJ8Q4VH6cCxBjDGeh4/s1600/porta-dos-fundos-natal2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wGeyPV8EO4J6MUXWbuIX9px15ZUt_pDpzKI-6n5oMUgRwPuFfa7EtnMdOz3y94MW_609sifc5u-o_JsY2yl-fyTyWQE_ERnTswU6nps5wQxmgSTvoIJ8Q4VH6cCxBjDGeh4/s320/porta-dos-fundos-natal2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;">Ao completar 30 anos, Jesus (Gregório Duvivier) volta de 40 dias de tentação no deserto e se depara com uma festa surpresa organizada por seus pais, José (Rafael Portugal) e Maria (Evelyn Castro). Entretanto, ele volta do deserto com Orlando (Fábio Porchat), um amigo gay com quem aparentemente está tendo um relacionamento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: start;">
Para complicar a situação, tio Vitório (Antonio Tabet), aparece sem ser convidado na festa e diz que é hora de Jesus saber que ele, e não José, é seu pai “biológico”. Claro, tio Vitório é ninguém menos que Deus, o todo poderoso.<br />Agora, Jesus precisa decidir se segue os caminhos de um messias como quer seu pai, ou continua numa vida mais simples e menos problemática. Entretanto, o aparentemente inofensivo Orlando revela ser o Diabo e que todo o processo no deserto fazia parte de suas provações e tentações. Agora, Jesus e o Diabo terão um combate final para salvar a humanidade.<br />Feito de forma debochada e provocativa pelo grupo Porta dos Fundos, o especial de Natal começa meio lento, com a chegada dos três reis magos com diálogos fracos e bobos. Mas a chegada de Jesus faz a história decolar e cria-se dois pontos de tensão na história. Por um lado, Jesus tentando a mesmo tempo esconder as experiências constrangedoras no deserto com Orlando enquanto precisa aceitar a nova condição de saber que seu pai é na verdade seu Tio Vitório, ou melhor, Deus, que ainda lhe mostra que, assim como seu pai “biológico”, Jesus também tem poderes sobrenaturais. O outro ponto de tensão é a insistência de Vitório ao querer seduzir Maria, sob os olhares ciumentos e desconfiados de José.<br />No final, o especial diverte e não perde mais o pique. Fazendo referências a várias discussões recentes da cultura Pop, inclusive a famosa piada referente a Vingadores: Ultimato sobre como o Homem-Formiga poderia derrotar Thanos...<br />No quesito interpretação, o maior destaque é Antonio Tabet no papel de Deus, que, com uma ajuda do roteiro, consegue imprimir a história uma discussão religiosa pertinente, sobre as diferenças conceituais de Deus entre o primeiro e o segundo testamento. Na verdade, é o único ponto que separa a história de um mero besteirol divertido. Embora o fato de ter um Jesus que teria tido experiência homossexuais como parte do processo de tentação seja uma clara e explícita intenção de alfinetar parte do fanatismo religioso que vem ganhando terreno na mídia e na política brasileira nos últimos anos, o fato é que não é uma elemento gratuito e acaba entrando de forma orgânica no roteiro. Na verdade, estranhei o fato de a história dar a entender em parte que a homossexualidade seria uma das artimanhas do diabo e não algo natural. Ou seja, em certo momento, temos a impressão que aquele Jesus não nasceu gay, mas foi tentado pelo Diabo. Algo que o roteiro felizmente corrige no final.<br />Fundado em 2012, o Grupo Porta dos Fundos herdou a tocha do Caceta e Planeta e usou a internet para dar uma verdadeira injeção de vigor ao humor brasileiro no século XXI. A partir daí, toda uma nova geração de humoristas começou a aparecer em uma profusão que depois de um tempo começou a superar o próprio Porta dos Fundos. O grupo também encontrou resistência por parte da população mais conservadora quando o humorista Gregório Duvivier começou a assumir posições políticas que iam contra os interesses de conservadores e fanáticos religiosos.<br />Com um humor politicamente incorreto desde sua criação aproveitando a liberdade das redes sociais, o Porta dos Fundos, sofreu críticas paradoxais, já que a maioria dos radicais religiosos que criticavam o humor do grupo, se diziam a favor do politicamente incorreto, mas desde que fosse contra minorias como mulheres, gays, pobres, deficientes e negros. Já contra religiões só se fossem de origem africana ou árabe. Ou seja, eram cristãos fundamentalistas que chegaram até a fazer campanha contra o filme produzido pelo grupo em 2016.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: start;">
Contradições</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px; text-align: start;">
O termo evangélico, ou crente, é normalmente usado no Brasil para designar seguidores de religiões cristãs derivadas da reforma protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517. A ideia era fazer frente ao domínio católico e principalmente aos princípios excessivamente radicais como a impossibilidade de realizar qualquer interpretação da Bíblia que não fosse a oficializada pelo Papa. A burguesia na época abraçou a ideia de, por exemplo, não ter que se envergonhar do lucro. O movimento protestante simbolizava uma liberdade religiosa, uma visão mais flexível da Bíblia. Se a Igreja Católica adotasse este procedimento menos radical, poderia evitar, por exemplo, a punição a Galileu Galilei, por dizer que a Terra era girava em torno do Sol ou mesmo a morte de Giordano Bruno por afirmar que poderiam existir outros mundos.<br />Nos dias de hoje, com a Igreja Católica buscando uma linha mais humanista com o Papa Francisco, grande parte dos protestantes do mundo defendem exatamente uma interpretação menos flexível da Bíblia. Ao menos no que se refere a temas como aborto e homossexualidade. Embora não haja estudos conclusivos, é bem provável que o fundamentalismo cristão seja ainda uma minoria nos países mais evoluídos, mas que vem crescendo no Brasil como consequência de vários fatores como deficiência no sistema educacional, pobreza, alto índice de criminalidade e falta de credibilidade dos órgãos de imprensa.<br />O crescimento da pobreza e o agravamento da crise econômica nos últimos cinco anos no Brasil, bem como a instabilidade econômica vem criando um campo fértil para a radicais religiosos como ocorreu em países islâmicos nos anos 60 e 70. Embora o Porta dos Fundos seja apenas um grupo de humor, é bom lembrar que foi tentando explicar astronomia com um livro de humor provocativo que Galileu Galilei foi condenado pela Igreja Católica quase 500 anos atrás.<br />Ao terminar de assistir o Especial de Natal, fiquei com a sensação de ter visto algo divertido, engraçado, mas que também é um manifesto político. O pensamento que me veio foi meio assustador, pois, cutucando fanáticos religiosos com vara curta, provavelmente o Grupo vai conseguir bater recordes de audiência no Netflix, mas será que ainda é seguro fazer isso no Brasil?<br />Em tempos em que o país sofre ameaça de se tornar uma espécie de Talibã Cristão dos Trópicos, fazer da arte uma forma de protesto é praticamente obrigatório para todos aqueles que defendem a democracia. Mas na história recente muitas pessoas, como Vladimir Herzog, pagaram com a vida por causa disso. Fica a torcida para que não se precise chegar a este ponto e que como no Especial de Natal, Jesus também saia vitorioso e se imponha com seus ideais de tolerância e amor ao próximo.</div>
</div>
Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-36231397665736221412019-12-10T15:11:00.003-08:002019-12-10T15:11:58.332-08:00Bacurau – sem spoilers<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjoa3FOYphnSxcjW-kx4QaDS-DDglgs5-lYVhkK0DrKdphT9DgGLX12B_BjGSg2so8gH4p704U2z7GgnkQm8pYbZgO_r5jZ7vxXSmspehz9ZYK2cgIeffLiSblyZGAD4Y3vK8/s1600/bacurau-boca.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="1366" height="117" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjoa3FOYphnSxcjW-kx4QaDS-DDglgs5-lYVhkK0DrKdphT9DgGLX12B_BjGSg2so8gH4p704U2z7GgnkQm8pYbZgO_r5jZ7vxXSmspehz9ZYK2cgIeffLiSblyZGAD4Y3vK8/s320/bacurau-boca.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Produto nacional com gostinho de quero mais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bacurau é um filme original. Além da rima, essa verdade cria
um problema de expectativa. A única inspiração que ficou clara para mim foi o
filme O Alvo (Hard Target, 1993) com Jean Claude Van Dame e que aposto que
ninguém mais lembra. Embora também tenha me feito lembrar o Ju-on (2002), o Grito,
original japonês, porque, ao contrário da adaptação norte-americana, o original
japonês tem como personagem principal a casa e não um protagonista específico.
Aqui, é a mesma coisa. O personagem principal de Bacurau é... Bacurau, formada
por seus excêntricos e normais habitantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O roteiro e a direção não têm pressa de nos apresentar a
cidade e seus moradores para depois começar a mexer as peças do xadrez. O filme
mistura muita, mas muita crítica social com uma violência exacerbada, nudez e
uma sensação de nunca saber direito para onde o roteiro está indo, o que é
ótimo. E quando achamos que conhecemos aquele mundo, o roteiro vai nos dando uns
nós e uns “WTF?” que nos deixam desorientados e cada vez mais curiosos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Termina o filme e temos a sensação de ter ido além de um
filme, mas uma experiência. Bacurau é para ser experimentado, para ser vivido,
sem pudor, sem vergonha e sem culpa, como fazem os habitantes da cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para deixar a coisa ainda mais original e mais “WTF?”, trata-se
de uma ficção científica assumida, embora num futuro que pareça não ser tão distante
e nem tão improvável e pelo fato de que a história poderia se passar tanto
hoje, quanto uns 40, 70 anos atrás, afinal, o Brasil sempre foi assim. A ficção
científica entra no recheio da crítica social deixando o filme cheio de camadas
para você ficar pensando depois. Mas é bom repetir, a gente vai sempre concluir
que o Brasil sempre foi assim, como é retratado em Bacurau.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Agora, a expectativa estraga um pouco. Porque elogios demais
e a nossa ligação de intimidade com os filmes de ação de Hollywood cobram um
pouco demais do filme. No manual do roteiro hollywoodiano, Bacurau teria menos
10 minutos apresentando a cidade a mais 10 minutos no seu ato final, com um
pouco mais de tensão. Não sei se foi de propósito, mas deixou um gosto de quero
mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Coincidentemente, o filme e seu contexto deixam ganchos para
uma continuação. Afinal, que mundo é aquele? Que Brasil é aquele de Bacurau, tão
real e tão fantástico?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para esse povo chato que reclama de excesso de filmes de
super-heróis e da Fórmula Marvel, como se fosse obra do diabo, que vá então ver
Bacurau. Só não espere um filme de super-heróis e com a Fórmula Marvel. Bacurau
é original. Não crie expectativas, apenas abra a boca e prove.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-35364769332091489832019-12-02T07:03:00.000-08:002019-12-02T07:03:21.258-08:00O pequeno príncipe ao pé da letra <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/5sls0jAGCzM/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/5sls0jAGCzM?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
Finalmente o curta metragem O Pequeno Príncipe ao pé da letra. A ideia nasceu quando tentava explicar para meus alunos sobre a polêmica frase "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." do Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry. É para levar ao pé da letra? Resolvi fazer este vídeo para explicar duas situações que aconteceriam se fosse levar a frase ao pé da letra.<br />
Com Gabi Bowem, Jean Gabriel Álamo, Lucas Scafuto e Luís Fernando Oliveira. Direção de Fotografia de Layla Santos. Roteiro, edição e direção de Clinton Davisson. Produção de Clinton Davisson e Gilmar David.<br />
Lembrando que é um vídeo experimental sem grandes pretensões, então, desculpem adiantadamente alguma coisa e espero que se divirtam e compartilhem e deem joinha, claro!Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-31609579223173471122019-11-28T11:31:00.000-08:002019-11-28T12:21:46.368-08:00Diário de um peladeiro XXXV – Diga-me com quem andas e te direi se vai ganhar o jogo <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEf-i9DyhLEoinwuvD2gTxgAi7l0mR1Q77JW9S4MNhlwfKZL49D7Ftykro36qrv8niHHStOGC8mdkf7a3xYeHpGe0Y0pim7OZ18qUjcF0es5ew0cznd1NBjIb6hON8gd1E1do/s1600/clintondavisson_73401843_744038309433940_372964349677256964_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEf-i9DyhLEoinwuvD2gTxgAi7l0mR1Q77JW9S4MNhlwfKZL49D7Ftykro36qrv8niHHStOGC8mdkf7a3xYeHpGe0Y0pim7OZ18qUjcF0es5ew0cznd1NBjIb6hON8gd1E1do/s320/clintondavisson_73401843_744038309433940_372964349677256964_n.jpg" width="256" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Quem é fã de Stranger Things e/ou da recém versão cinematográfica de IT,
vai morrer de inveja, pois aquilo foi minha infância nos anos 80, tirando é
claro, os monstros e os palhaços. Éramos um grupo bem unido. Eu, Ricardo de
Melo, Christiano, Marcelinho, Ricardo “Sabão”, Alisson (meu irmão), Lenielson,
Zé Antônio e, claro, nossa única integrante feminina, Helisiane.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Devo dizer que, apesar do tempo, nós ainda tentamos manter essa ligação
e nos sentimos conectados. Mesmo no caso de quem já morreu, como o Marcelinho, eu
sempre ia visitar seus pais depois que ele morreu e nossa família mantém
contato. Dei o nome do meu filho de Marcelo por homenagem ao Marcelinho. Mas
isso já foi contado aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Também já contei que meus dois professores de futebol foram o Ricardo e
o Christiano. Dois dos melhores jogadores com quem já tive a honra de jogar. Ambos
dois anos mais novos que eu. Ou seja, eu tinha 12 anos e eles 10. Era engraçado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Mas hoje vamos focar na questão da organização do time infantil do
Moinho de Vento. A marcação dos jogos, a “convocação”, a escolha dos
adversários que iam lá nos enfrentar, volta e meia caia no colo meu e
principalmente do Christiano. Ambos dividíamos a função de jogadores e cartolas
e não tínhamos nem 16 anos na época. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Chegamos inclusive a contratar e demitir dois técnicos: o já falecido
João, um senhor com uma ampla bagagem futebolística e o Márcio “Caboclo”, que
até hoje acho o melhor técnico de futebol que já tive e nunca tive a chance de dizer
o quanto ele me ensinou e o quanto sou grato. E dói saber que, com 16 anos, eu “demiti”
injustamente da função um cara que tinha 26... Coisas de Clinton... Só rindo,
mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Eu e o Chris tínhamos pensamentos muito diferentes. Acho que por isso
dava certo. Vivíamos em atrito, mas era um atrito produtivo e amigável.
Confiávamos muito um no outro. Mas na hora de marcar os jogos, sempre
discordávamos. Pois, eu acreditava sempre em formar um bom time, chamar caras bons
para completar e fazer isso com antecedência. Já o Chris era fã do “na hora a
gente resolve”. Não tem frase que me irrita mais do que “na hora a gente
resolve”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Mas não é justo botar a culpa no Chris. Primeiro porque quem tinha o
contato dos jogadores era ele. E nos anos 80 não tinha internet e nem celular. Chamar
jogadores era um trabalho 99% em cima dele e isso incluía ir durante a semana
na casa das pessoas chamar uma criança de 13 anos para jogar futebol e convencer
o pai dessa criança a levá-la num clube que ficava a 20km da cidade. E os
outros membros do grupo não ajudavam muito. Não era muito justo eu cobrar tanto
dele esse trabalho sempre. Mas eu cobrava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Também tinha o fato dele gostar de ser o protagonista. Ele foi
certamente o melhor jogador com quem já joguei. Lembra muito o jeito do Messi
jogar hoje em dia e bastante do Maradona e do Zico. Para mim, no fundo, ele
achava que resolveria a parada sozinho e o resultado é exatamente o que acontece
com a Argentina do Messi. Pois é, não funcionava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Faltando meia hora para o jogo, eu tinha que ir com o Marcelinho para o
meio do mato, na fazenda próxima, procurar por crianças que nunca tinha visto
na vida e perguntar se queriam botar uma camisa e jogar futebol para completar
o time.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Lembrando também que o Brasil de 30 anos atrás já era habitado por
brasileiros. Então, a gente convidava antecipadamente vários garotos da região
e, claro, eles não apareciam e a gente tinha que ir na casa deles no meio do
mato para lembrar. Eu penso, “que sorte dos garotos do Stranger Things terem só
monstros para enfrentar...”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Mas eu carreguei por anos essa dúvida: é melhor armar um time forte para
vencer ou um time fraco para se destacar?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Bom, nesta última terça-feira, quando começou o jogo, vi que o time foi
divido entre coletes vermelhos e coletes verdes. O time de vermelho ficou muito
mais forte e eu fiquei no time de verde. Logo no primeiro passe que dei, a bola
foi para o lugar errado. É uma forma elegante de dizer que errei o passe de
forma ridícula. Foi uma sucessão de erros e derrotas. As regras ali são: a
duração de cada partida é de sete minutos ou dois gols. Eu saía, esperava sete
minutos e entrava. Tomava dois gols em 3 minutos e saía. Comecei a me
questionar novamente se não era melhor deixar o futebol para a galera que sabe
jogar. Que enxerga direito... Que não tem problemas de coordenação... Blá, blá,
blá...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Em determinado momento, esperando meus sete minutos do lado de fora, comecei
um diálogo interno. “Por que você está aqui? Não é para combater a ansiedade?
Não é para aprender a lidar com a depressão?”. Cheguei à conclusão que tenho
que tentar fazer o melhor possível dentro das possibilidades. Fazer o melhor
tem a ver também com tentar me divertir e, se possível, aprender alguma lição
aqui para levar para a vida, além de suar, dar o sangue ali!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Lembrei que foi assim no jogo do Flamengo contra o River Plate na
Libertadores, não foi? Eles viraram o jogo porque acreditaram até o fim. Não seria
legal eu tentar botar em prática isso? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Respirei fundo. Faltavam 15 minutos para acabar o jogo. Entrei determinado
a correr com nunca, a dividir todas, ganhar todas as jogadas. Enfim, entrei com
outra postura! Só que, desta vez, entrei no time de vermelho... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Como estava com a minha sagrada camisa do Flamengo de camelô, não
coloquei colete. Vi que alguns do time falaram para colocar o colete vermelho
por cima da camisa do Flamengo. Mas ela já era vermelha, é meio tradicional na
pelada, quem tá com camisa do Flamengo não precisar usar o colete vermelho.
Sempre foi assim nas nossas peladas, ora pois... Não vi motivo para colocar. Ao
menos não no começo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Agora no time mais forte, passei a jogar muito melhor. Fiz o primeiro
gol recebendo uma bola na intermediária e tocando rasteiro por baixo do
goleiro. Foi um frango. Escutei alguém falar “Pensei que fosse gol contra”. Mas
estava tão feliz de fazer um gol com a camisa do Flamengo na semana em que o
Flamengo foi Campeão da Libertadores e Campeão Brasileiro que não pensei muito
a respeito. O segundo gol foi um chute lindo de fora da área que pegou no ângulo
esquerdo do goleiro. Sensação de alegria indescritível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Comecei a ganhar todas as divididas, driblar todo mundo, tudo que um
jogador normal faz e eu não costumava fazer há muito tempo. Mas só quando
recebi o terceiro passe de presente de um adversário que o meu próprio time
chamou atenção para um fato: a minha camisa do Flamengo, para quem não sabe, é
rubro negra, não vermelha, acredita? E naquela iluminação noturna estava sendo
confundida e muito com o colete verde. Meu próprio time estava deixando de
tocar a bola para mim, confundindo as camisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Achei uma coisa muito irônica. Porque tenho problemas de visão,
principalmente ao jogar à noite. Por um momento, dei aos meus companheiros de
time e adversários um gostinho de como é ser eu. Pois volta e meia erro passes
por não enxergar direito...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Mas para não deixar dúvidas e não criar mais problemas, vesti o colete
vermelho. Agora, devidamente uniformizado, continuei ganhando todas as divididas,
dando bons passes e fiz mais dois gols. Teve um momento em que driblei uns três
e fiquei de cara para o gol. Poderia ter até passado a bola, mas estava literalmente
de frente para o crime. Chutei, mas a bola não saiu legal e foi para fora. Teve
vários momentos que poderia passar a bola e passei. Teve momentos em que
poderia passar a bola e chutei para gol. Umas bolas entram, outras não. Sim, é
para isso que jogo futebol. Para entender que temos que tomar decisões, arcar
com as consequências e assumir as responsabilidades em cima destas decisões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Reflexões a parte, uma coisa ficou bem clara: eu joguei bem melhor quando
joguei no time mais forte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Não sei se isso representa uma vitória na minha discussão com o Chris.
Acho que tudo é relativo. Mas a lição que entendi nesta terça, com meus quatro
gols, é que eu na vida sempre tentei me cercar dos melhores e sempre funcionei
melhor no futebol, nos relacionamentos, na profissão e, enfim, na vida, quando
havia um “time bom” do meu lado e principalmente quando quem estava do meu
lado, jogava para mim e não contra mim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Desculpe o parágrafo de autoajuda que virá a seguir, mas é inevitável e
necessário. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">O problema não é jogar em time mais forte ou mais fraco. O que houve terça-feira
é que, depois que cometi uma série de erros, meu time parou de tocar a bola
para mim e aí, o time se tornou mais fraco de verdade. Quando entrei no time de
vermelho, entrei com outra postura e comecei a receber bolas boas. Ganhei
confiança e comecei a jogar bem. Uma coisa influencia outra. Uma postura firme
e positiva costuma gerar respostas firmes e positivas. Não foi culpa do time de verde, mas um processo autodestrutivo e coletivo que praticamente todo mundo está sujeito. Não deveria acontecer, mas acontece. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Saindo de terça-feira e indo para a vida. Os verdadeiros times ruins são
aqueles que a gente mesmo com atitudes firmes e positivas, recebe de volta
bolas quadradas. Percebi quantas vezes eu já estive em um time ruim de caráter.
De você dar o seu melhor e a pessoa que deveria estar jogando do seu lado, está
contra você. Isso é fácil perceber, quantos casais nós já vimos que não perdem
a oportunidade de desfilar todos os defeitos um do outro em público? Quantos colegas
de trabalho fazem nossa caveira quando damos as costas, às vezes, são pessoas pelas
quais você já comprou briga. Pessoas que você defendeu. Pessoas que você
pensava que eram do seu time, mas na verdade jogavam contra você.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Então, sim, escolher um time forte para jogar contigo na sua vida, é escolher
quem gosta de jogar com você; quem gosta de estar com você; quem gosta de te
elogiar, que se preocupa de verdade contigo. Às vezes, temos que trocar mesmo
de time, mesmo que o jogador seja uma esposa, um marido, um funcionário, um
chefe, ou mesmo um parente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Então, como fiz quatro gols de novo, agora estou com 38 gols na
temporada. Faltam só dois para alcançar o Gabigol. Vou dar o melhor de mim, garanto
que vou jogar com toda raça, vontade, respeito e lealdade. Esteja em que time
estiver. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Saldo de 2019:<br />
46 jogos<br />
38 gols<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Clinton Davisson é jornalista, mestre
em comunicação, pesquisador, cineasta e escritor. Autor da série de livros
Hegemonia e Fáfia – A Copa do Mundo de 2022.</span><o:p></o:p></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34647663.post-68711732006815397252019-11-21T21:49:00.002-08:002019-11-22T06:42:17.600-08:00Diário de um peladeiro XXXIV – A superstição da camisa de camelô<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsuuEimcY1XVe-6tWL6ymFGetOi0XXG64QFG9GiQUYQnZ-oZdG9n0rNDUSOcsQkvqD-LWrsoP5fTzrgbOtGsRix5CpQQb8fMpL0RZeZNMuzjmUtazM9jD-NQVjpOboheRRi0g/s1600/clintondavisson_76788276_209232570107021_25372153014592143_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsuuEimcY1XVe-6tWL6ymFGetOi0XXG64QFG9GiQUYQnZ-oZdG9n0rNDUSOcsQkvqD-LWrsoP5fTzrgbOtGsRix5CpQQb8fMpL0RZeZNMuzjmUtazM9jD-NQVjpOboheRRi0g/s320/clintondavisson_76788276_209232570107021_25372153014592143_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">É engraçado falar de superstições. Porque vivemos numa época em que
começaram a desconfiar das pseudociências, como a astrologia, homeopatia,
numerologia, mas elas ainda são levadas a sério, muito a sério. Essas crenças esquisitas
se refugiam nas lacunas entre ciência e religião. E estas lacunas são tão
grandes que cabem teorias absurdas como terraplanismo e criacionismo. Por mais
que as pessoas entrem em estado de negação, a astrologia não é menos absurda
que o terraplanismo e o criacionismo. Sinto muito, mas é verdade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mas o assunto “pseudociências” é um troço complexo. Não podemos chamar
astrologia de religião, mas também perdeu o status de ciência, embora eu também
não ache justo esquecer que foram os astrólogos que descobriram os planetas
mais próximos, Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter, milhares de anos
atrás. Religiosos foram os primeiros cientistas, os primeiros filósofos. Na
verdade, as fronteiras entre religião, superstição e ciência sempre foram
misturadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na Roma antiga era normal você ir se consultar com um especialista em
ler a sua sorte nas entranhas de um pombo. Na idade média entrar num barco sem tocar
numa ferradura trazia má sorte e podia ser punido com a morte. Sim, muitas
superstições se transformaram em leis. Muitas práticas religiosas vieram de
superstições e, se parar para pensar, o processo de criação de uma superstição
é de observação e constatação. Ou seja, é um elemento embrionário do que viria
a ser o método científico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Só começaram a se desembaraçar o que religião, do que é superstição e do
que é ciência há pouco tempo. Estranhamente um marco histórico recente no processo
de desatar destes nós foram de mágicos profissionais como Holdini 100 anos
atrás e James Randy nos anos de 1970 e 1980. Ambos se especializaram em desmascarar
“médiuns”. Holdini, conhecido até hoje como um dos maiores mágicos de todos os
tempos, ia nas casas das pessoas para sessões espíritas e usava os
conhecimentos como mágico profissional para revelar as artimanhas dos supostos
médiuns. Isso valeu uma briga feia com ninguém menos que Sir Arthur Conan Doyle
o célebre criador de Sherlock Holmes e que foi um dos grandes propagadores do
espiritismo ou espiritualismo na Inglaterra. Desmascarado publicamente e de
maneira humilhante por Holdini, Doyle rompeu a grande amizade que tinha com o
mágico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">James Randy desmascarou falsos médiuns nos anos 70, principalmente o
famoso Uri Geller. Que hoje se diz apenas um bom mágico. Randy também detonou
mundialmente a homeopatia com uma ajuda involuntária do Programa Fantástico da
Rede Globo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não vou entrar no mérito se existem, ou não, médiuns de verdade. Até
porque afirmar isso seria muita prepotência da minha parte. Mas que existem
médiuns charlatões, isso não se discute. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Enfim, Randy foi um dos responsáveis pelo fim da era dos médiuns
charlatões nas tevês americanas e logo depois no Brasil e no resto do mundo.
Randy deu um grande impulso no combate às pseudociências e eu sou um grande fã
dele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dito isso, eu confesso contraditoriamente que ainda sou supersticioso em
muitas coisas, sim! Sempre entro em campo com o pé direito, sempre! Sempre que
vejo uma mariposa, acho que vai dar azar, enquanto grilos ou gafanhotos sempre
associo à sorte. Já tive minha fase de acreditar em astrologia quando era
adolescente, hoje não consigo levar isso a sério, afinal, sou cético como todo bom
canceriano...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Este ano criei uma superstição esquisita (como se todas as superstições
minhas e de todas as pessoas do mundo já não fossem): na última semana de
setembro, eu comprei uma camisa do Flamengo no camelô. Afinal, ainda não fiquei
rico com cinema. Quando ficar, eu compro uma camisa oficial do Flamengo.
Comprei a 14 do Arrascaeta. Tanto porque gosto do jogador, como por ser o
número que eu jogava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na mesma semana fiz um monte de gol. Saí todo feliz. Mas aí veio o jogo
Flamengo x São Paulo. Claro que vesti a camisa no jogo. E o Flamengo empatou
com o São Paulo no Maracanã. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Desde então, evito jogar com a camisa do Flamengo antes dos jogos do
Flamengo. Vestir a camisa durante o jogo nem pensar. Dá azar para o Flamengo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aí, teve um jogo meu, se não me engano, foi 19 de outubro. Só sei que
joguei mal pra burro. E estava com a bendita camisa 14 do magnífico Giorgian De
Arrascaeta. Logo em seguida teve jogo do Flamengo x Grêmio, dia 23 de outubro.
E o resultado foi 5x0. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Pois bem, minha superstição é que se eu jogar mal com a camisa do
Flamengo, dou sorte para o Flamengo. Se jogar bem e fizer gols, dou azar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para tentar “quebrar a maldição” cheguei a vestir a camisa no dia do
jogo Flamengo x Vasco. Mas tirei antes do jogo começar porque fiquei com medo. Mesmo
assim, acabou 4x4. Ou seja, superstição confirmada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Assim sendo, fui - na última terça-feira - jogar com a maldita camisa e
sempre repetindo em minha mente: “Clinton, você é um cara do meio acadêmico. Um
pesquisador. Em pouco tempo vai ter um doutorado. Como pode acreditar que fazer
gols com uma camisa fará com que o universo prejudique o Flamengo?”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Então foi, desafiando todas as regras, neste ato de rebeldia com o
universo, que entrei em campo na terça-feira com a camisa do Flamengo, número
14, do Arrascaeta, comprada no camelô.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para meu azar e para sorte do Flamengo, eu joguei muito mal.
Principalmente na primeira metade do jogo. Basta dizer que perdi todas, TODAS
as partidas que disputei. E não foi de propósito, não foi consciente, não foi
pelo Flamengo. Parecia que algo me prendia, mesmo. Claro que, jogar mal, não
significa correr menos. Mas estava totalmente fora de sintonia. Cometi até um
erro primário que foi tentar marcar o goleiro na saída de bola, deixando um
atacante livre. Por conta disso, o time adversário fez um gol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Acho que só nos últimos 20 minutos do jogo, é que respirei fundo e
tentei me libertar daquela armadilha de achar que não sou merecedor de estar
ali, de que não sou capaz de jogar tão bem quanto os outros e todos aqueles
pensamentos negativos com os quais tenho que lidar na vida e no campo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No final, me libertei disso e comecei a ser mais ousado. Obriguei o
goleiro a fazer boas defesas, pelo menos duas vezes. Em determinado momento,
peguei a bola e saí driblando, 1, 2, 3, 4 jogadores. Os dribles não foram de
graça. Levei muitos pontapés, inclusive resolvi que, a partir de semana que
vem, não jogo mais sem caneleira. Enfim, me soltei no jogo, mas já era tarde.
Nenhum gol, nenhuma partida vencida. Se depender da superstição, o Flamengo vai
ser campeão no sábado com muitos gols. Se isso acontecer, vou fazer até uma
campanha com os amigos e leitores do Blog que forem flamenguistas para trocar
minha camisa de camelô por uma original. Combinado?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Saldo de 2019:<br />
45 jogos<br />
34 gols<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 4.5pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Clinton Davisson é jornalista, mestre
em comunicação, pesquisador, cineasta e escritor. Autor da série de livros
Hegemonia e Fáfia – A Copa do Mundo de 2022.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Clinton Davissonhttp://www.blogger.com/profile/18398207533742075838noreply@blogger.com0