Para quem
não sabe ou não lembra, esse blog começou com um objetivo claro: me ajudar a
fazer do futebol uma arma contra a depressão e ansiedade. Porque a coisa estava
brava em 2019. O resultado foi tão positivo que já me deram duas dicas
importantes: transformar isso em um livro e em um podcast. Uma coisa que mexeu
muito comigo foi uma frase da minha querida amiga, Priscila Lhacer, da editora
Presságio e que é uma batalhadora pela diversidade. Ao ler alguns dos textos do
blog, ela afirmou que falta exatamente isso no mercado: homens héteros escrevendo
para homens héteros sobre fragilidades de homens héteros. Normalmente a mídia e
a sociedade nos trata como brutamontes que não podem ter sentimentos, vulnerabilidades
e fraquezas. Ironicamente parece que a depressão da mulher é mais socialmente
aceita que a do homem. Não sei se isso é verdade, mas sei o que senti na pele
e, se venci essa doença, foi com a ajuda desse blog, com a ajuda do futebol e, principalmente,
com a ajuda de amigos, dentro e fora do campo.
Dito isso,
vamos aos jogos e esta semana foram três dias de futebol. O de terça-feira, já
falei na crônica passada. Vamos falar dos jogos de quinta e sábado.
Bom, equilibrar
condicionamento, preparo físico, alimentação enquanto faz doutorado, tudo isso
depois dos 40 anos, é um troço complicado. Mas acho que está funcionando, ainda
que aos trancos e barrancos.
Esta
semana não passei bem. Tive mal-estar, indisposição e enjoo. Isso atrapalhou um
pouco a academia. Acho que junta nervosismo dos estudos e projetos (estou
fazendo um curta metragem e mandando roteiro para editais), estresse, ansiedade
e, sobretudo saudade dos filhos (agora estou longe de todos os três). Mas sim,
o saldo foi positivo dentro e fora de campo.
A pelada
de quinta, que costuma ser a mais puxada fisicamente, foi a mais fácil. Estou
aguentando correr e correr muito. Toda hora tenho que me lembrar que posso
correr e não mais ficar me poupando. Uma hora de jogo passou a ser pouco. Os
novos exercícios da academia estão me dando um equilíbrio corporal que eu não
tinha. Mas falta pontaria. Muita pontaria.
Quinta fiz
dois gols no coitado do Léo, que estava de goleiro. Teria feito pelo menos mais
dois se eu ainda estivesse meio lerdo nas decisões. O primeiro foi em uma
disputa de bola em que acabei caindo e tocando para o gol ainda deitado. E o segundo
foi novamente o chute de longe de direita funcionando. Agora teve uns 5 chutes
que foram para o lado errado. Lembro do goleiro fazendo algumas defesas também.
Mas a pontaria, principalmente da perna esquerda, precisa melhorar muito. E tem
um lance que o Léo (ele de novo) chamou a atenção: ser mais firme na hora de
dar o passe. Estou com uma mania terrível de, quando preciso decidir entre dois
companheiros de time para tocar, passo a bola no meio, entre os dois. Ou seja,
não decido, finjo que decido. Isso é horrível.
E ainda
teve um lance que matei a bola na barriga, de frente para o gol e, ao invés de emendar
de primeira, tentar dominar. Mas o fato é que me senti tão confortável, coisa
rara nos jogos de quinta-feira, que chutei várias vezes para o gol de posições
diferentes. Chutes bons, chutes bonitos. Mas a pontaria...
Depois
veio a pelada de sábado, a qual normalmente é mais tranquila porque o campo é
maior. Para minha surpresa, foi uma pelada corrida, com poucas chances de gol.
Acho que a “fomiagem” de fazer gol, me impediu de ficar mais na defesa e tentar
organizar melhor o time. Chutei várias vezes, mas sempre com pouca pontaria.
A melhor
chance foi numa sobra depois da defesa do goleiro. Era o caso de ter frieza
para matar a bola e tocar para o gol. Decidi tentar pegar de primeira e até que
foi uma jogada bonita, quase um voleio estilo Bebeto. Mas foi para fora. Novamente
faltou pontaria.
Mas é isso
aí. Não senti dores, sobrou fôlego, estou usando mais a “ginga” e acho que se melhorar
a pontaria a coisa toda melhora muito. Com 28 gols, estou ainda a quatro gols de
alcançar o Gabigol na temporada. Mas estou à frente do Mbappe (PSG – França) –
25 gols, Ibrahimovic (LA Galaxy – EUA) – 27 gols, Cristiano Ronaldo (Juventus –
Itália) – 15 gols. Mais dois e eu igualo o Messi, com 30...kkkkk
Mas o objetivo
é superar eu mesmo e fazer mais gols do que jogos. Nesse ponto, ainda preciso suar
um bocado a camisa.
Saldo de 2019:
37 jogos
28 gols
37 jogos
28 gols
Clinton Davisson é jornalista, mestre
em comunicação, pesquisador, roteirista e escritor. Autor da série de livros
Hegemonia e Fáfia – A Copa do Mundo de 2022.
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