quinta-feira, março 26, 2009

Homem-Aranha 3 não é tão ruim, mas não é ótimo


Criticado no lançamento nos cinemas, o terceiro filme do aracnídeo ganha força em DVD

Às vezes a gente gosta de um filme quando vê no cinema pela primeira vez, mas fica decepcionado quando volta a assistir em DVD. A diminuição do tamanho da tela pode prejudicar o espetáculo ou mesmo a falta da surpresa em determinados filmes (o Sexto Sentido é um bom exemplo disso). Mas o contrário também acontece. Muitas vezes um filme chega cercado de tantas expectativas que acaba decepcionando, mas visto meses depois, a coisa melhora e muito. É o caso desta terceira parte da trilogia do Homem-Aranha que apesar de ter faturado uma boa quantia em todo o mundo – tanto que o quarto filme já foi confirmado – foi malhada pela crítica e considerada decepcionante.
Com certeza há problemas no filme que abusa de coincidências forçadas no roteiro (a personagem Gwen Stacy está em toda parte e tudo acontece só com ela) e explora pouco o vilão Venom, principal responsável pelo sucesso das HQs do aracnídeo nas décadas de 80 e 90. Mas o fato é que, a exemplo dos dois primeiros filmes, o Homem-Aranha 3 segue a linha de explorar com competência os ótimos personagens e dá um desfecho forte no cinema a história que nem sempre teve muito respeito nos quadrinhos.
A trama mostra uma espécie de prova final de Peter Parker (Tobey McGuire). Feliz por ter conquistado a mulher de seus sonhos, Mary Jane Watson, interpretada com garra por Kisten Durst, conseguindo a façanha de se dedicar aos estudos e salvar Nova Iorque regularmente, o Homem-Aranha parece um sujeito realizado, no auge da sua juventude e de sua forma física. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e numa bela manhã de sol, na verdade uma noite de lua cheia, desce do céu um meteorito com um estranho ser em forma de geleca preta. A primeira coincidência do roteiro é que a criatura cai justamente próxima a moto de Peter Parker e vai de carona na garupa sem que ele perceba.
Ao mesmo tempo, um bandido foge da polícia e cai no meio de uma pesquisa envolvendo areia e energia nuclear. Nasce ali o Homem-Areia que, por uma estranha coincidência (já são duas) é também o cara que realmente matou Ben Parker, tio de Peter Parker.
Temos também o desfecho da trama de Harry Osborn, filho do vilão duende verde e que, até o último filme, era o melhor amigo de Peter, mas agora quer vingança pela morte do pai pelas mãos do Homem-Aranha. Harry descobre os equipamentos do pai e assume a roupa do duente para se vingar.
No meio disso tudo (se você está achando muito demorada a explicação, saiba que é por isso que a crítica caiu de pau no filme) o Clarim Diário tem um novo fotógrafo chamado Eddie Brock que é mau caráter, ambicioso e... vamos encurtar as coisas... vai se tornar o vilão Venom.
Enquanto dorme, Peter é atacado pelo ser que veio no meteorito que acaba se juntando biologicamente a sua fantasia de Homem-Aranha.Quando acorda, seu uniforme é negro e seus poderes são maximizados. Tudo seria muito lindo se o ser não fosse maligno e levantasse o lado negro de Peter Parker levando nosso herói a fazer tudo o que queríamos que ele fizesse nos filmes anteriores: dá uma surra em Harry, manda para àquele lugar o dono de seu apartamento e encara o sovina J.J. Jameson e exige um emprego. Claro, ele também acaba tratando mal Mary Jane Watson e isso o faz perceber que estava indo para o lado negro da força e dá um jeito de se livrar da roupa. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, porque o simbionte vai parar na pele de Edie Brock e agora Peter tem que enfrentar Venom e o Homem-Areia juntos. Para isso ele vai precisar da ajuda de Harry Osborne.
Embora longa, essa última aventura do Homem-Aranha consegue dar aos personagens um desfecho digno e coerente sem que isso necessariamente siga as histórias em quadrinhos, a exemplo do que já aconteceu acertadamente em X-Men 3. Falta torcer agora que o quarto filme do Aracnídeo venha logo e que o personagem continue sendo bem tratado e, principalmente, que os deslizes cometidos aqui sirvam de aprendizado para o diretor Sam Raimi.

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